A secretária de
Assuntos da Mulher do Sindicato, Sandra Trajano, foi uma das três
sindicalistas pernambucanas a participarem do Seminário
Internacional sobre Feminismo, Economia e Política. Promovido pela
organização Sempre Viva, o evento reuniu, de 28 a 30 de agosto,
cerca de 200 representantes do movimento feminista, social e sindical
do Brasil inteiro. Dentre os bancários, estavam lá representantes
de sindicatos de Alagoas, do ABC paulista, Espírito Santo,
Pernambuco e da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro).
Dentre as palestrantes, vieram contribuições
de várias partes do mundo: Antonella Picchio, da Itália; Helena
Hirata, da França; Magdalena León, do Equador; e Bila Sorj, do
Brasil. Contribuições que vieram, também, das representantes da
Marcha Mundial das Mulheres e da Via Campesina, e das responsáveis
por políticas para mulheres do governo federal, a exemplo da
Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais do Ministério de
Desenvolvimento Agrário e Secretaria de Políticas para Mulheres da
Presidência da República.
Em foco, temas como economia
feminista e trabalho das mulheres, crítica feminista à sociedade de
mercado, avanços e desafios das políticas para mulheres na América
Latina. Para Sandra Trajano, que representou o Sindicato no
seminário, os debates reforçaram a necessidade dos movimentos
feministas não se acomodarem diante das conquistas, já que cada
avanço está sempre sob ameaça.
“Nós conseguimos, por
exemplo, aprovar a Lei Maria da Penha. No entanto, as pessoas nas
delegacias não estão preparadas para lidar com as denúncias e não
há infraestrutura para acolher as vítimas”, explica
Sandra.
Segundo ela, um dos pontos importantes de debate
abordou a questão do consumo, atrelada à imagem da mulher. “O
corpo da mulher, idealizado e estereotipado, é retirado de sua
condição humana e exibido como produto ou peça de marketing,
muitas vezes de forma acintosa”, opina Sandra.
As
palestrantes salientaram, ainda, a necessidade de quebrar a
tradicional divisão entre produção e reprodução, trabalho
remunerado e não remunerado, masculino e feminino. “É preciso
tratar estes tipos de trabalho como complementariedade. E os
sindicatos precisam discutir, também, a vulnerabilidade masculina no
que se refere ao trabalho tido como reprodutivo”, afirmou Antonella
Picchio, da Universidade de Modena, na Itália.