Bradesco não aceita próprio juro do cheque especial

Imagine que um cliente deixe de pagar uma dívida de R$ 4.505 no cheque
especial por cerca de 18 anos no Bradesco. Se o banco corrigir o valor
por uma média dos juros cobrada pelo mesmo serviço, durante esse tempo, a
conta ultrapassaria a casa do trilhão.


Pois foi esse o critério que o juiz Edson Scisinio adotou para corrigir
o valor de uma ação movida pelo cliente Valter Vital Bandeira de Mello,
há 18 anos, após os mesmos R$ 4.505 serem retirados de sua conta. O
total do processo chegou a R$ 1,4 trilhão. A informação é da

Folha de S.Paulo.


O banco, apesar de cobrar esses juros de seus clientes, não os aceitou
quando era ele quem tinha de pagá-los e entrou com recurso no Tribunal
de Justiça do Rio, onde venceu. Ficou acertado que a empresa deve pagar o
que o correntista perdeu, mas corrigido por outro critério ainda a ser
definido.


Segundo a manifestação de um dos desembargadores, o caso serve de
exemplo. “É surrealista que a conta bata à porta do trilhão. Esse
processo deve ser tomado como exemplo para o banco. Que os juros ao
clientes sejam cobrados com equidade e não para extorquir”, afirmou
Claudio de Mello Tavares.

Estratosfera –

Atualmente, apesar de a taxa básica
referencia de juros do Brsail, a Selic, estar em queda livre, os juros
bancários não acompanham, especialmente o cheque especial.


Segundo dos dados mais recentes do Banco Central, de julho, o valor
médio cobrado pelos bancos ficava em 151% ao ano. O montante era 18
vezes maior do que a Selic, à época variando entre 8,5% e 8%, também ao
ano. Atualmente, está em 7,5% para o mesmo período.

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