Bancários garantem avanço nas negociações sobre saúde

As negociações com os
bancos na manhã desta quarta-feira, dia 15, renderam um importante
avanço nas reivindicações de saúde dos bancários. A Fenaban
aceitou manter os salários dos funcionários afastados que aguardam
perícia médica até que seja regularizada a situação com o INSS.

A discussão havia sido iniciada na primeira rodada,
realizada nos dias 7 e 8, quando os bancos se negaram a discutir o
fim das metas abusivas que estão adoecendo os bancários em todo
país. Os debates foram retomados nesta quarta-feira, mas a reunião
acabou suspensa por conta do falecimento do ex-dirigente sindical
Manoel Castaño Blanco, o Manolo (leia mais aqui).

Segundo a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que representa os bancários
de Pernambuco nas negociações, a manutenção dos salários dos
bancários afastados por problemas de saúde é um importante avanço.
“Hoje, muitos trabalhadores nesta situação acabam passando por
uma grave situação financeira por causa da brusca redução no
salário”, comenta Jaqueline.

As negociações serão
retomadas na próxima terça-feira, dia 21, às 10h, em São Paulo.
Estarão em pauta segurança bancária, igualdade de oportunidades e
remuneração.

Remuneração para afastados Desde
2005, o movimento sindical vem recebendo inúmeras denúncias de
casos em que o trabalhador recebe a alta programada do INSS, mas
acaba sendo considerado inapto no exame de retorno ao trabalho
realizado pelos bancos e aí fica “no limbo”, sem benefício
e sem salário.

Os negociadores da Fenaban reconheceram que há
problemas e assumiram o compromisso de manter os salários dos
afastados que aguardam perícia médica, o que é um avanço. Além
disso, eles concordaram em trabalhar juntamente com o INSS para
agilizar a realização das perícias e resolver os transtornos
causados pela alta programada.

Pausa de 10 minutos para
caixas
Também foi discutida a proposta dos bancários
de garantir o intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados
nos casos de serviços que exijam movimentos repetitivos, como os
caixas e as funções que exijam cálculo, contagem de dinheiro e
leitura digital de documentos, garantindo que não ocorra aumento da
jornada trabalhada.

Os bancos, no entanto, não aceitaram a
implantação da pausa reivindicada para os caixas. Eles alegaram que
o intervalo só se justifica na digitação e call center, em razão
da concentração e dos esforços repetitivos. No entanto, os bancos
manifestaram disposição de fazer após a Campanha Nacional um
análise técnica na Mesa Temática de Saúde do Trabalhador sobre as
funções que são mais afetadas pela LER/Dort e buscar
soluções.

Comissão – O Comando
Nacional defendeu a permanência da remuneração dos afastados após
o retorno ao trabalho, de modo que não tenham redução salarial nem
perda de função comissionada. Afinal, o bancário ficou afastado
não por vontade própria mas porque foi acometido de doença do
trabalho. Assim, quem adoeceu não pode ser punido com a perda da
função ao retornar ao trabalho. Os bancos, porém, não aceitaram a
reivindicação, alegando que se o funcionário mudou de função não
pode continuar comissionado.

Os dirigentes sindicais
reivindicaram também que o bancário tenha o direito de fazer
consulta médica durante o horário de trabalho, quando for preciso.
Os bancos se negaram a garantir isso na convenção coletiva.


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