Sindicato paralisa agências do Itaú e exige fim das demissões e mais empregos

O Sindicato fechou duas
unidades do Itaú no Recife nesta segunda-feira, dia 13, em protesto
contra a onda de demissões que atinge o banco no Brasil inteiro. As
agências Afogados e Rua da Paz, no bairro de Afogados, permaneceram
fechadas durante todo o horário de experiente bancário. O protesto fez parte do
Dia Nacional de Luta pelo emprego dos trabalhadores do Itaú, que
realizaram manifestações e paralisações em todo o país.

Segundo
a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o Itaú é o banco que
mais demite, embora outras instituições financeiras, como o
Bradesco e o Santander, também estejam dispensando os bancários.
“Focamos o protesto no Itaú, mas a manifestação vale para todos
os bancos. Na semana passada, iniciamos as negociações da Campanha
dos Bancários e, logo no primeiro encontro, a Fenaban negou todas as
nossas reivindicações sobre emprego. E pior, os representantes dos
bancos disseram que os bancários não estão preocupados com este
debate. Esta paralisação é a nossa resposta à Fenaban”,
ressalta Jaqueline.

Entre outras reivindicações, os
bancários querem que os bancos cumpram a Convenção 158 da OIT
(Organização Internacional do Trabalho) que proíbe demissões
imotivadas em empresas lucrativas, mais contratações de
funcionários, respeito à jornada de 6 horas e fim da rotatividade e
da terceirização.

>> Veja as fotos da paralisação na Galeria de Imagens
>> Ouça reportagem sobre o protesto na Rádio dos Bancários

Itaú na contramão – De acordo com
secretário do Ramo Financeiro do Sindicato e empregado do Itaú,
Flávio Coelho, nos últimos doze meses o banco vem implementando uma
política sistemática de demissões de seus funcionários, que
resultou no fechamento de 9 mil postos de trabalho.. O dirigente
também denuncia a rotatividade de mão de obra na empresa e o
descaso dos banqueiros que se negam a atender as reivindicações da
categoria em mesa de negociação.

“Hoje está sendo
realizado em todo o Brasil o Dia Nacional de Luta pelo emprego no
Itaú e o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, juntamente com a
Contraf-CUT, que é nossa confederação nacional, tirou este dia
como uma das atividades da nossa campanha. Fechamos estas duas
agências como forma de pressionar a Fenaban para que ela atenda as
nossas reivindicações, que são mais do que justas, já que os
lucros dos bancos aumentam a cada ano”, explica Flávio
Coelho.

Apoio dos clientes – Como tem ocorrido em todas as
atividades realizadas pelo Sindicato, além da participação dos
trabalhadores, a manifestação desta segunda também contou com o
apoio da população que aproveitou a oportunidade para externar suas
reclamações.

“Às vezes a gente precisa de uma ajuda e não
tem funcionário para nos auxiliar. Muitas transações não podem
ser feitas no autoatendimento e as filas são enormes. Eu acho que
precisa de mais funcionários. Assim, do jeito que está, o
atendimento fica decadente. A quantidade de bancários não é
suficiente para nos dar assistência. Deveria ter mais gente
trabalhando”, reclama a autônoma Maria Lucielma, cliente da
agência Afogados.

A demora no atendimento e as altas taxas de
juros cobradas no empréstimo consignado são as principais
reclamações da aposentada Tereza Ribeiro. “Eu me arrependi de
ter feito um empréstimo consignado. Além do juro alto também tem
pouco funcionário para nos atender e as filas são outro problema”,
relata a aposentada insatisfeita com as condições de atendimento do
Itaú Afogados.

Para o secretário de Formação do
Sindicato, João Rufino, que também é empregado do Itaú, a
mobilização desta segunda foi extremamente positiva. “O Sindicato
chegou bem cedo, conversou com todos os funcionários das agências e
constatamos que o emprego é um anseio de todos os bancários do
Itaú, que hoje são vítimas de uma campanha de demissão em massa.
Também pudemos denunciar a situação para a população, que já
esta estressada com as filas nos bancos devido à grande quantidade
de demissão. Por isso os cliente estão solidários conosco. Eles
sabem que menos bancários significa mais filas, mais atropelos, mau
atendimento”, comentou Rufino.


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