A Executiva Nacional da CUT, reunida em São Paulo nesta
terça-feira, dia 7 de agosto, aprovou a seguinte resolução sobre as
eleições municipais 2012:
A CUT E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012
As eleições municipais, no Brasil, revestem-se de características
bastante especiais. A cada dois anos, temos eleições em nosso país e,
neste ano, eleições municipais, que se transformaram, ao longo do
tempo, em uma preparação para a disputa presidencial.
A disputa por cargos eletivos é dos políticos e dos partidos. A nós, o
que interessa, é a disputa de projetos de sociedade, consubstanciados
nos programas de governo apresentados nas eleições. Como ocorreu nos
últimos anos, de um lado, temos o programa dos governos anteriores a
Lula, que privilegiaram a implantação do Estado mínimo, as fórmulas
econômicas ditadas pelo FMI e pelo Banco Mundial, e a dependência
internacional, que contribuíram para gerar e aprofundar crises, a
exclusão social e a perda de direitos. É o programa do não diálogo com
os movimentos sociais e sindicais, ou seja, contrário aos interesses da
classe trabalhadora.
Por outro lado, temos o projeto indutor do desenvolvimento com justiça
social, distribuição de renda, trabalho decente, promoção da igualdade
de gênero, raça e etnias, respeito pelo diálogo social, por meio da
maior participação da sociedade civil organizada na solução dos
problemas. Enfim, o projeto que avança nas relações democráticas do
país, projeto que ajudamos a construir e pelo qual lutamos para ser
implementado durante décadas. Esse projeto, indubitavelmente ,
representa ganhos para a classe trabalhadora e aprofundamento da
democracia.
Nós, do movimento social e sindical, somos protagonistas importantes
nesse processo de democratização do país. Nossa participação para
ampliar essas históricas conquistas é fundamental. Fomos às ruas para
exigir o impeachment de Collor, em 2005, foi nossa militância quem deu
respaldo ao presidente Lula quando conservadores indignados com a
eleição de um presidente operário tentaram dar um golpe visando seu
impedimento ou sua não reeleição. A eleição da presidenta Dilma
Rousseff, no segundo turno em 2010, foi outro momento em que mostramos a
força da nossa mobilização. Somos, assim, importante agente político na
continuidade desse projeto de governo, visando a construção de uma
sociedade cada vez mais inclusiva e democrática.
Assim como cuidamos das campanhas salariais e da defesa dos direitos
dos trabalhadores, conclamamos nossa militância a participar das
campanhas eleitorais, apoiando as candidaturas que defendam a pauta dos
trabalhadores e trabalhadoras como tarefa prioritária. Vamos organizar
comitês, debater com nossas categorias. A luta por salário e condições
de trabalho é insuficiente para garantir a qualidade de vida da
população e a cidadania plena. Não adianta avançarmos nas relações de
trabalho se nos bairros e nas cidades onde vivemos não têm creches,
pavimentação, postos de saúde, hospitais, escolas, segurança, habitação,
energia, saneamento ambiental e mobilidade urbana.
Somos independentes, mas não somos indiferentes. Temos compromissos com
o povo brasileiro. Este foi o caminho que escolhemos. E o caminho para o
crescimento e a inclusão, que prioriza os mais pobres, passa, neste
momento, pela vitória desse projeto de sociedade nas prefeituras e
câmaras municipais.