Cinco bancos brasileiros já estão utilizando sistemas incorporando
atendimento com identificação biométrica a caixas eletrônicos em
diversas partes do Brasil. A novidade foi tema de reportagem na edição
de segunda-feira (30) do jornal Folha de S.Paulo.
Ainda não há dados concretos sobre a adoção da identificação biométrica
no sistema bancário no país, mas um dos bancos consultados pelo veículo
afirmou que 9 milhões de clientes já são usuários da tecnologia.
Caso do publicitário Guilherme Marconi, 23, que afirma: “Eu espero que
bancos, catracas e outros acessos sejam aprimorados com isso – e que
dispensem assim senhas, letras, cartões com códigos variáveis e outros
que burocratizam a vida”. Na avaliação de Marconi, a tecnologia funciona
muito bem.
“Uso a identidade biométrica desde julho do ano passado, quando o
Bradesco implantou essa tecnologia. Tive poucas experiências falhas, em
que não houve erro do sistema, e sim mau posicionamento da mão. Nada
que, em uma segunda tentativa, não desse certo”, afirma.
“Acredito que seja muito difícil clonarem minha identidade biométrica
como se clona cartão. Uma coisa dessas só é possível em filmes como
Jogos entre Ladrões”, brinca.
Caçada – Mas nem todo o mundo se deu tão bem assim com a biometria nos bancos.
“Já tive dias de ter que caçar caixas eletrônicos diferentes porque não
conseguia realizar a biometria com sucesso. E, consequentemente, não
conseguia realizar nenhuma operação. Pelo menos uma vez por mês isso
acontece”, diz a recepcionista bilíngue Taynah Mazak, 22.
“Não cheguei a contatar o banco, até pensei em tentar cancelar o recurso
da biometria, mas sabe como é: o desgaste físico de esperar em filas ou
ficar pendurada no telefone para ver essa possibilidade desmotiva”,
afirma.
“Entre essas tentativas de leitura falha ou não da biometria, posso
dizer que se passaram em torno de uns cinco a oito minutos. E, para quem
precisa usar o caixa com rapidez, pode-se dizer que é muito tempo”,
observa.
Divulgada em junho, a projeção “Next Generation Biometric Technologies
Market” [mercado de tecnologias biométricas da próxima geração] indica
que o mercado da biometria deve movimentar US$ 13,87 bilhões em 2017,
com crescimento anual de 18,7%.
As aplicações desse tipo de identificação não se restringem aos bancos –
podem ser usadas em diversos segmentos, como governo, sistemas de saúde
e departamentos de imigração.