Sindicato cobra prevenção dos bancos contra sequestros de bancários

O Sindicato e a Contraf-CUT cobraram nesta segunda-feira (30)
prevenção da Fenaban contra os sequestros de bancários e vigilantes,
durante a terceira reunião deste ano da Mesa Temática de Segurança
Bancária, em São Paulo. Trata-se de um dos principais problemas de
insegurança e os casos ocorrem em todo país, envolvendo diferentes
bancos. Os dirigentes sindicais apresentaram um conjunto de propostas, e
o representante da Fenaban solicitou um tempo para avaliação, a fim de
aprofundar a análise das medidas.

“Propomos o fim da guarda das chaves dos cofres e das agências e dos
postos de atendimento por bancários e vigilantes, a contratação de
empresas de segurança para fazer a abertura e fechamento das unidades, a
utilização de tecnologias de controle remoto para abrir e fechar os
estabelecimentos e a instalação de câmeras para monitoramento de imagens
em tempo real nas áreas internas e externas das agências e postos”,
destaca Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e
coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

“Também defendemos medidas pós-sequestro, como o fim das demissões e uma
estabilidade provisória de 36 meses para as vítimas e a comunicação dos
sequestros ao sindicato local e à Cipa”, ressalta. “É inaceitável que a
vítima seja duplamente penalizada: uma pelo terror e trauma do
sequestro e outra pela perda do emprego, muitas vezes por justa causa”,
denuncia o diretor da Contraf-CUT.

“Além disso, é preciso melhorar a assistência dos bancos à saúde dos
bancários sequestrados, o que é objeto da Mesa Temática de Saúde do
Trabalhador”, acrescenta.

Para Ademir, todas as propostas apresentadas são oportunas, necessárias e
viáveis. “Os lucros gigantescos dos bancos permitem a ampliação dos
investimentos em segurança que têm sido insuficientes”, enfatiza. Ele
salienta que várias medidas de prevenção já estão sendo implantadas por
alguns bancos. “Não há motivo para não estendê-las aos demais e garantir
mais segurança para bancários e vigilantes”, aponta.

“Esperamos que as propostas sejam analisadas pelos bancos, pois a
segurança é uma das prioridades da Campanha Nacional dos Bancários 2012,
cuja minuta de reivindicações será entregue nesta quarta-feira (1º de
agosto) à Fenaban. Queremos avançar nas medidas de segurança previstas
na convenção coletiva e a prevenção de sequestros é fundamental para
proteger a integridade física e psicológica dos trabalhadores”, salienta
o dirigente sindical.

Duzentos assaltos no primeiro semestre

-Na reunião, a Fenaban informou a ocorrência de 200 assaltos, consumados
ou não, incluindo sequestros, envolvendo agências e postos de
atendimento, em todo país, no primeiro semestre deste ano. Foi a
primeira vez que os dados semestrais foram apresentados, resultado da
cláusula 31ª (Segurança Bancária – Procedimentos especiais), da
Convenção Coletiva de Trabalho de 2011/2012.

A Fenaban também reapresentou números anteriores de assaltos por ano:

. 2000 – 1.903

. 2001 – 1.302
. 2002 – 1.009
. 2003 – 885
. 2004 – 743
. 2005 – 585
. 2006 – 674
. 2007 – 529
. 2008 – 509
. 2009 – 430
. 2010 – 369
. 2011 – 422

“Como não temos o número dos primeiros seis meses do ano passado, não
podemos comparar a evolução da violência. Mas, levando em conta o total
de 422 assaltos verificados em todo ano passado, é possível projetar que
a realidade não mudou em 2012 e, por isso, há necessidade de mais
investimentos dos bancos na melhoria das instalações de segurança dos
estabelecimentos”, destaca Ademir.

“Não aceitamos conviver essa violência que ameaça a vida de
trabalhadores e clientes”, salienta. No primeiro semestre deste ano, 27
pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo país,
conforme pesquisa da Contraf-CUT e da Confederação Nacional dos
Vigilantes (CNTV), o que representa uma média de quatro vítimas fatais
por mês.

Mesmo sem previsão na convenção coletiva, os dirigentes sindicais
solicitaram os números de arrombamentos no período, bem como os dos
crimes de “saidinha de banco” que começam dentro das agências. A
Fenaban, porém, se negou a fornecer essas informações, alegando que tais
dados não envolvem “relações de trabalho”.

“Não concordamos com essa desculpa da Fenaban, na medida em que
arrombamentos e saidinhas de banco mostram que as instalações são
vulneráveis, geram sensação de insegurança e afetam a saúde de muitos
trabalhadores”, disse Ademir. “A Fenaban deveria abrir também esses
dados, avançar na transparência e seguir o bom exemplo da lei federal nº
12.527/2011, que regulamenta o direito constitucional de acesso dos
cidadãos às informações públicas envolvendo os três poderes da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios”, conclui o diretor da
Contraf-CUT.

A próxima reunião da mesa temática será realizada após o final da Campanha Nacional.

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