Bradesco aumenta lucro para R$ 2,8 bi no trimestre, mas fecha 571 empregos

O Bradesco fechou 571 postos de trabalho no segundo trimestre de 2012,
apesar de registrar lucro líquido de R$ 2,867 bilhões no período, um
crescimento de 0,8% em relação ao primeiro trimestre, segundo o balanço
divulgado nesta segunda-feira 23 pelo segundo maior banco privado do
país. No semestre, o lucro líquido já chega a R$ 5,72 bilhões.

O lucro líquido aumentou mesmo com a elevação em 39,8% das provisões
para créditos de liquidação duvidosa, que saltaram de R$ 2,43 bilhões no
segundo trimestre do ano passado para R$ 3,40 bi no mesmo período de
2012 – embora o índice de inadimplência superior a 90 dias tenha
crescido apenas 0,5%.

O número de empregados diminuiu de 105.102 em março deste ano para
104.531 em junho, com fechamento de 571 postos de trabalho. “Assim como o
Itaú e o HSBC, o Bradesco fechou empregos, o que precisa ser denunciado
e virar também mobilização. Isso reforça a luta pelo emprego na
Campanha Nacional”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

“Ao elevar de forma descabida as provisões para créditos duvidosos, uma
vez que ela não têm nenhuma relação razoável com a inadimplência real, o
Bradesco está usando o velho truque de maquiar o balanço para reduzir o
lucro líquido e assim tentar justificar demissões e diminuir a
distribuição de PLR aos bancários”, critica Carlos Cordeiro.

Os ativos totais do banco ficaram em R$ 830,5 bilhões, um crescimento de
20,5% em 12 meses e de 5,2% ante o primeiro trimestre. Essa expansão
foi puxada pela evolução da carteira de títulos e valores mobiliários,
que dão lastro às operações de tesouraria. O estoque desses papéis teve
alta de 39,4% em 12 meses, para R$ 322,5 bilhões, bastante superior à
expansão do crédito. Em três meses, a variação foi de 9,3%.

Receitas com tarifas crescem, crédito se retrai

– As receitas do Bradesco com cobrança de tarifas bancárias cresceram
6,83% no segundo trimestre comparado com o primeiro e 20,27% em relação
ao mesmo período de 2011.

Já as operações de crédito aumentaram em apenas 3,49% no segundo
trimestre em relação ao primeiro e em 11,3% comparado com o mesmo
trimestre do ano passado. Ao divulgar o balanço, o Bradesco previu que a
expansão de sua carteira de crédito para 2012, que anteriormente
estimava entre 18% a 22%, deverá diminuir e ficar entre 14% a 18%.

“Esse é outro truque dos bancos que precisa ser desmascarado para a
sociedade. Utilizam um aumento insignificante da inadimplência para
chantagear a sociedade brasileira e dessa forma justificar as tarifas,
spreads e juros mais altos do mundo, além de reduzir a expansão da
oferta de crédito”, acrescenta Carlos Cordeiro.

“A redução da Selic não teve efeitos no Bradesco, que não reduziu juros e
ainda subiu tarifas. A sociedade brasileira não pode continuar
aceitando esse terrorismo. O sistema financeiro nacional está mais
sólido do que nunca e os lucros continuam crescendo de forma
escandalosa. Não há nenhuma justificativa para demissões, enxugamento do
crédito e manutenção desse nível escorchante de tarifas e juros”,
conclui o presidente da Contraf-CUT.


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