CUT cobra do governo a retomada das negociações com os servidores

Mais de 20 mil servidores públicos federais realizaram na manhã desta
quarta-feira (18) uma marcha pela Esplanada dos Ministérios para exigir
abertura de negociações. Eles querem discutir imediatamente as três
principais reivindicações da categoria: reajuste salarial, implantação
de um plano de carreiras e melhores condições de trabalho.


O presidente da CUT, Vagner Freitas; o coordenador nacional do CSP
Consultas, José Maria; e o presidente da CTB, Wagner Gomes, além de
dirigentes CUTistas, como Pedro Armengol, secretário adjunto da
Secretaria de Relações de Trabalho da CUT, e Rodrigo Brito, presidente
da CUT-DF, reforçaram a marcha dos servidores.


Em sua fala, o presidente da CUT, Vagner Freitas, ressaltou a
importância da unidade da luta dos servidores públicos federais, que
contam com a participação de três centrais sindicais. Para ele,
isso fortalece ainda mais o movimento.

“A unidade na luta é comum a todas as entidades comprometidas”, disse
Vagner, que mandou um recado ao governo: “É inconcebível que depois de
30 dias de greve o governo não tenha feito uma proposta para os
servidores públicos federais. A greve é um instrumento legítimo de luta e
o governo tem de receber o trabalhador para negociar. Queremos
propostas para todos os setores e não apenas para os professores porque,
senão, a greve continua, continua e continua”.  


De cima do caminhão de som, ao lado do Ministério do Planejamento, o
dirigente CUTista também mandou um recado para a ministra Miriam
Belchior: “Companheira Míriam, você precisa receber o comando de greve e
negociar”.


Vagner argumentou que servidor público valorizado garante um serviço
público de qualidade tão importante para o desenvolvimento do Brasil com
justiça social e distribuição de renda.


O outro recado será dado amanhã, dia 19, na audiência com Gilberto
Carvalho (da secretaria Geral da Presidência da República). Vagner disse
aos servidores que, amanhã, vai pedir ao ministro que intervenha para
que o governo apresente uma proposta e respeite os trabalhadores.


“Não vamos arrefecer, nosso papel é defender os trabalhadores”, concluiu o presidente da CUT.

Negocia, Dilma!

Com
palavras de ordem como “Negocia, Dilma!” – slogan da marcha – e,
“Dilma, se estamos nas ruas a culpa é sua”, servidores de todos os
estados brasileiros saíram da Catedral de Brasília, passaram pelo
Congresso Nacional e pelo Palácio do Planalto e pararam ao lado do
Ministério do Planejamento, onde a categoria pretende ficar acampada até
que a ministra Miriam Belchior atenda ao grupo que coordena a greve.


A maior reclamação de todos os dirigentes – 31 entidades coordenam a
campanha salarial unificada de 2012 nas três esferas do governo:
legislativo, Executivo e Judiciário – é a falta de propostas depois de
mais de 30 dias de paralisações em todo o país.


Para Zé Maria, “a luta dos servidores é a luta de toda a classe
trabalhadora”. E foi justamente essa avaliação de que a valorização do
servidor é fundamental para que os órgãos públicos ofereçam à população
serviços de qualidade que as três centrais sindicais (CUT, CTB e CSP
Conlutas) decidiram fazer um dia nacional de luta em solidariedade aos
servidores públicos federais.


O Dia Nacional de Luta, que será realizado em todas as cidades brasileiras, será no dia 2 de agosto.


Vagner explicou que o objetivo da proposta das três centrais de
realizar o dia de luta vai unificar e fortalecer cada vez mais a luta
dos servidores por melhores condições de trabalho e renda.


“É um dia de luta de toda a classe trabalhadora para mostrar nossa
solidariedade ao setor público federal tão importante para esse Brasil.
Unidos venceremos essa batalha”, concluiu Vagner.


Para Pedro Armengol, “só é possível dialogar com os servidores públicos
federais em greve se o governo colocar uma proposta na mesa. Sem
proposta, não tem diálogo, e, sem diálogo, sem negociação concreta, a
greve continua. Mais que isso, pode ser mapliada, pois setores mais
pacientes, começam a aderir a paralisações em todo o país”.

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