Entre as categorias com data-base no segundo semestre, quatro das
mais numerosas reúnem 900 mil trabalhadores, incluindo os setores
público e privado. As negociações começam ainda este mês no caso dos
funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT): a
primeira reunião entre o comando de negociação e a companhia está
marcada para o próximo dia 26. Neste final de semana, os bancários fazem
conferência nacional para aprovar a pauta. Metalúrgicos e petroleiros
devem iniciar as negociações em breve.
Nos Correios, de hoje (17)
até quinta-feira (19) os sindicatos da categoria organizam assembleias
para confirmar a pauta discutida durante o congresso nacional do setor
(Contect), realizado em junho. Eles vão reivindicar 43,7% de reajuste
salarial, incluindo reposição e aumento real (acima da inflação). A
data-base é 1º de agosto.
A campanha dos trabalhadores na ECT em
2011 foi conturbada, com greve que durou mais de um mês e acabou no
Tribunal Superior do Trabalho (TST). Mas foi um ano positivo do ponto de
vista dos resultado, segundo relatório da administração. O lucro
líquido da empresa cresceu 7,8% em relação a 2010, somando R$ 883
milhões. A receita de vendas de produtos e serviço atingiu R$ 13,7
bilhões, aumento de 8,7%. A ETC tem 115 mil funcionários, mas o quadro
deverá ser ampliado em quase 10 mil até abril do ano que vem, com a
autorização já dada pelo Ministério do Planejamento.
A Fentect,
federação que representa os trabalhadores do setor, instituiu um rodízio
na secretaria geral da entidade a partir deste mês. Neste semestre, o
cargo será ocupado por Edson Dorta, de Campinas (SP), militante do
Partido da Causa Operária. Outra mudança diz respeito à aprovação de
acordos coletivos, que só poderá ocorrer com dois terços dos sindicatos –
antes, era necessária a adesão de metade mais um.
O comando de
negociação foi ampliado de sete para 41, com representantes da federação
e dos sindicatos. Também em junho, quatro sindicatos, incluindo o de
São Paulo, anunciaram sua desfiliação da Fentect – mas a ECT encaminhou
comunicado informando que a federação “será reconhecida como a única
entidade legitimada” para firmar acordo coletivo.
Com data-base em
1º de setembro, os bancários realizam conferência nacional de sexta
(20) a domingo (22), em Curitiba, para aprovar a pauta que será
encaminhada em agosto à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Na
parte econômica, a reivindicação deverá ser de 10,25% de reajuste,
incluindo 5% de aumento real, conforme discussão feita no último sábado
(14) pelos sindicatos da categoria em São Paulo.
Os metalúrgicos
paulistas – também com data-base em setembro – iniciaram a campanha em
29 de junho com manifestação diante da Federação das Indústrias do
Estado (Fiesp). Na base da CUT, a campanha envolve 200 mil trabalhadores
dos diversos grupos econômicos. As montadoras não participaram da
negociação, porque o acordo firmado em 2011 é válido por dois anos.
Já
os petroleiros, antes de dar largada na campanha, tentam fechar acordo
relativo à participação nos lucros ou resultados (PLR) de 2011. Eles
rejeitaram proposta feita pela Petrobras e ameaçam entrar em greve na
próxima sexta-feira. Nova reunião foi marcada para hoje.