BB afirma disposição em negociar, mas não discute jornada de 6 horas


O Sindicato e a
Contraf-CUT retomaram nesta terça-feira (10) o processo de
negociação permanente com o Banco do Brasil, em Brasília. Um dos
temas em debate foi a jornada de 6 horas para todos os funcionários.
A posição do BB gerou indignação por parte dos representantes dos
trabalhadores. O banco afirmou que não vai negociar a implantação
da jornada correta de 6 horas para todos os comissionados sem redução
de salários.

A expectativa das entidades sindicais era a
mesma de todo o funcionalismo que chegou a ouvir do próprio diretor
do BB, Carlos Neri, em 2011, que o banco resolveria o problema da
jornada. “Esta é uma demanda que estamos discutindo há muito
tempo sem que o banco mostre vontade de resolver. O BB está criando
um passivo trabalhista que vai acabar prejudicando a própria
empresa”, diz o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, que
é funcionário do BB.

Durante a reunião, o banco disse que a
jornada de 6 horas é tema de Plano de Comissões e que isto é
estratégico e não discute em mesa de negociação. Além disso, o
BB ressaltou que não discute questões ligadas ao plano de metas,
arquitetura organizacional e de remuneração da empresa.

O
banco observou que isso não quer dizer que não possa apresentar ao
movimento sindical a decisão sobre o tema, caso decida algo sobre a
jornada mais adiante. “Além de todos os problemas de péssimas
condições de trabalho e do assédio moral institucional para o
cumprimento do programa caótico de metas Sinergia BB, o banco
sinaliza uma coisa para os funcionários e depois não cumpre. Os
bancários darão a resposta a esse comportamento na campanha
nacional deste ano”, afirma William Mendes, coordenador da
Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e secretário de
formação da Contraf-CUT.

Sinergia BB e assédio moral –
O Sindicato e a Contraf-CUT pediram ao banco que informasse como
estão os números do fechamento do semestre nas várias agências do
país. As entidades sindicais já sabem que a maior parte das
dependências não conseguiu atingir a etapa ouro e os bancários
estão sendo forçados pelos superintendentes do banco a fazerem
diversas arbitrariedades para cumprir algo impossível e sem nenhuma
regra clara.

O banco pediu que as entidades sindicais
apontassem alguns dos problemas e assim foi feito: foco em metas
individuais e carteiras, o programa muda a toda hora (três vezes
neste semestre), a maior parte do país não cumpriu a etapa ouro (só
cerca de 10%), não existem mais parâmetros para negociar qualquer
eventual parcela adicional ao modelo básico de PLR da Fenaban na
rede varejo. A Contraf-CUT e o Sindicato já haviam avisado isso ao
banco em fevereiro deste ano.

Sobre assédio moral, os
dirigentes sindicais relataram diversos casos. O banco informou que
não compartilha com essas ocorrências. Mas o fato é que o Sinergia
BB é um programa que inevitavelmente leva a situação de assédio
moral, causando fraudes e irregularidades.

PSO – Os
sindicatos já fizeram plenárias por todo o país e constataram tudo
aquilo que haviam apontado que ocorreria com as plataformas de
suporte operacional. Os trabalhadores reafirmaram no 23º Congresso
que são contrários a essa forma de gestão. A Contraf-CUT apontou
vários problemas e propostas para o setor. As dotações das PSO
devem ser revistas e aumentadas. Os caixas devem ser efetivos, ter
comissões e receber pontuação na carreira de mérito. Não pode
haver nenhuma dependência com apenas um caixa. Os gerentes de
serviço não podem executar serviço de caixa. É uma lista enorme
de problemas que também levarão os bancários do setor a
participarem fortemente da Campanha Nacional 2012.

Discriminação
nas remoções automáticas – Essa importante conquista dos bancários
do BB, que acabou com a discriminação interna para a transferência
dos funcionários entre dependências vem sendo burlada
sistematicamente pelos gestores dos departamentos do banco e com a
conivência de algumas Gepes.

Com a desculpa de alegar que as
vagas estão bloqueadas para alocar bancários envolvidos em
processos de reestruturação, os gestores estão escolhendo
escriturários para trabalhar, desrespeitando os normativos internos
e o próprio concurso público.

A Contraf-CUT apresentou
exemplos e suspeitas sobre a burla no sistema de remoção automática
e na discriminação de escriturários que não conseguem ser
realocados. O banco afirmou que não é orientação da empresa
permitir aos gestores fazerem processos para escolher escriturários
para atuarem nos setores. Denúncias sobre burlas na remoção de
escriturários devem ser encaminhadas para a Diref/Colet.

Cassi
A nova gestão eleita da Cassi procurou a Comissão de Empresa
para partilhar um problema existente na entidade em relação a
valores devidos pelos associados, oriundos de inconsistências do
sistema de cobrança da Cassi, que serão regularizados nos próximos
meses. Como o problema afeta aos associados, a Contraf-CUT e demais
entidades sindicais reivindicaram que, caso os valores devidos sejam
cobrados, o BB se comprometa a estabelecer o limitador de 1/24 no
máximo de desconto ao mês para qualquer tipo de regularização de
cobrança feita, para não prejudicar os bancários. O banco ficou
de analisar a reivindicação. A Cassi informou que, assim que for
tomada qualquer providência em relação à regularização das
pendências, divulgará em seus veículos de comunicação.

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