Sindicato reintegra três bancários do Itaú em menos de uma semana

Ilma Maria de Santana,
Anna Cláudia Albuquerque de Melo e Eriberto Mota da Silva têm
várias coisas em comum. Todos eles são funcionários do Itaú;
todos são portadores de doença ocupacional; todos foram demitidos
este ano e reintegrados nos últimos cinco dias.

Ilma é
bancária há 28 anos. Passou pelos tempos de Banorte e acompanhou as
diversas fusões e vendas até chegar ao Itaú. Antes mesmo de ser
demitida, em janeiro deste ano, já dispunha dos laudos médicos que
comprovavam doença ocupacional. O Itaú desconsiderou tudo isso e
manteve sua decisão. Na sexta-feira, 29 de junho, Ilma garantiu sua
reintegração.

Situação semelhante foi vivida por Ana
Cláudia e Eriberto, ambos dispensados no início de maio dos quadros
do banco. Ana Cláudia, 27 anos de banco, conta que, há muito tempo,
sentia dores nos ombros e braço direito. Mas, por falta de tempo,
sempre acabava adiando a visita ao médico.

“Eu chequei a
marcar exame mas, quando a data já estava agendada, surgiu uma
audiência em que eu teria de representar o banco, como preposta.
Cheguei a perguntar se não tinha outra pessoa para ir. Mas, como não
houve retorno, acabei não fazendo os exames. Duas semanas depois, me
demitiram”, conta a bancária.

No Sindicato, Ana Cláudia
foi orientada a procurar um médico. “Para que não houvesse
qualquer dúvida, fui em três médicos e todos eles deram o mesmo
laudo”, diz a funcionária. A doença foi reconhecida pelo INSS e a
trabalhadora entrou na Justiça, por meio da advogada Márcia Santos,
que presta serviço ao Sindicato. A antecipação de tutela saiu
pouco tempo depois, no dia 26 de junho. A reintegração ocorreu
nesta terça-feira, 10, mas a bancária permanece de licença até 9
de agosto.

Também nesta terça, Eriberto foi reintegrado à
sua agência, o Itaú Boa Viagem. Ele tem mais de vinte anos de Itaú
e também moveu ação contra o banco por meio da advogada Márcia
Santos. A diferença é que é a segunda vez que Eriberto passa pelo
mesmo constrangimento.

“Na primeira vez em que foi
demitido, ele tinha feito três exames demissionais e todos tinham
lhe considerado inapto. Desta vez, nenhum exame foi feito. O
Sindicato fez a ressalva, não homologou a demissão e emitiu a CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho)”, diz o secretário de
Saúde do Sindicato, Wellington Trindade.

No dia 21 de junho,
a advogada Márcia Santos deu entrada na ação judicial. A
antecipação de tutela, que garantiu a reintegração, veio pouco
mais de dez dias depois: no dia 2 de julho.

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