Crédito bancário supera marca de 50% do PIB pela primeira vez na história

O volume de crédito ofertado pelos bancos avançou 1,7% em maio deste
ano, para R$ 2,13 trilhões, segundo números divulgados nesta terça-feira
(25) pelo Banco Central. Com isso, a relação crédito/PIB, por sua vez,
subiu de 49,6% do Produto Interno Bruto em abril para 50,1% do PIB em
maio deste ano – novo recorde histórico.

O atingimento de um novo recorde histórico na porcentagem do crédito com
o PIB acontece em um momento no qual aparecem críticas do Banco de
Compensações Internacionais (BIS – o banco central dos bancos centrais)
sobre o possível aparecimento de “bolhas” de crédito em países
emergentes.

Em relatório divulgado nesta semana, a instituição sustentou que o
Brasil está na “zona de perigo” por considerar haver um descompasso
entre o crescimento do crédito e da expansão da economia. Citou também
preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas
brasileiras e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.

Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel,
porém, “não há risco na expansão do crédito no Brasil”. “O crédito
cresceu juntamente com a renda nos últimos anos e tem sido um elemento
importante nesse processo de desenvolvimento e crescimento do país. O
nível de provisionamento [recursos separados pelos bancos para fazer
frente à uma eventual inadimplência futura] dos bancos está acima de
padrões internacionais. O BC está muito tranquilo sobre a
sustentabilidade da expansão do crédito”, declarou ele.

Maciel, do BC, lembrou também que a marca de 50% do PIB para o crédito
bancário, atingida pelo Brasil em maio deste ano, é bem menor do que nos
países desenvolvidos, nos quais o nível de 75% do PIB é superado. “Há
casos de países com crédito acima de 100% ou 200% do PIB. Esse
crescimento do crédito no Brasil é influenciado, em parte, pelo crédito
imobiliário, que tem percentual baixo de inadimplência”, acrescentou
ele.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, o
crescimento do crédito também está em desaceleração no Brasil. Entre
2005 e 2008, afirmou ele, o crescimento foi de 25% ao ano. Entre 2009 e
2012, deverá ficar em cerca de 18%. Somente para este ano, a estimativa
de expansão do crédito bancário foi mantida em 15% pela autoridade
monetária.

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