Conheça as principais reivindicações específicas do 23º Congresso do BB

A plenária final do 23º Congresso Nacional dos Funcionários do BB
aprovou neste domingo 17 as propostas para as negociações específicas
com o banco na Campanha Nacional 2012 relativas a emprego, remuneração,
saúde, condições de trabalho e segurança bancária, além do papel do
Banco do Brasil e do sistema financeiro nacional.

O Congresso reafirmou a estratégia da campanha nacional unificada. Isso
significa que a pauta específica do funcionalismo do BB será discutida
com o banco concomitantemente com a negociação da minuta nacional de
reivindicações da categoria, a ser aprovada pela Conferência Nacional
dos Bancários (de 20 a 22 de julho, em Curitiba) e depois negociada com
todos os bancos (inclusive o BB) na mesa única da Fenaban.

Os delegados também aprovaram no Congresso a manutenção do debate sobre a
PLR na mesa única da Fenaban e na data-base da categoria, por
entenderem que a participação nos lucros e resultados só existe nos
bancos públicos federais porque foi uma conquista da Campanha Nacional
dos Bancários com a Fenaban, a partir de 2003.

Remuneração e Condições de Trabalho

– No Banco do Brasil, os delegados presentes ao Congresso decidiram pela
manutenção da luta por melhoria do Plano de Carreira conquistado em
2010. A reivindicação é que o PCR (Plano de Carreira e Remuneração)
parta do piso do Dieese (R$ 2.300), incluindo escriturários e caixas e
ampliando o valor do mérito para R$ 174, com interstício a cada nível de
antiguidade de 6% (hoje é 3%). Também é reivindicado que o tempo do
mérito seja reduzido de três para dois anos para a aquisição de cada
letra de mérito para a primeira faixa salarial.

“O 23º Congresso definiu como estratégico lutar pela melhoria de um
Plano de Carreira que levamos 14 anos para conquistar após a retirada
unilateral do banco do PCS que existia até 1996”, afirma William Mendes,
coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e secretário
de Formação da Contraf-CUT.

Ainda no tema Remuneração e Condições de Trabalho, o Congresso definiu
como foco da Campanha 2012 a intensificação da luta pela implantação da
jornada de 6 horas para todas as funções dentro do banco, com seleção
interna para todos os cargos, sem perda da função. Os delegados se
manifestaram contrários às reestruturações constantes em agências e
departamentos e aprovaram a manutenção da luta pelo fim da PSO, do
Sinergia BB e demais centralizações em andamento.

“No entanto, enquanto esses atos de gestão seguem, queremos o respeito a
todos os bancários envolvidos nos processos, como por exemplo
manutenção da remuneração para aqueles bancários que não queiram sair de
seus locais de origem”, acrescenta William Mendes.

Saúde e previdência – O Congresso aprovou a negociação com o banco de mudanças nos Comitês de
Ética, de forma que seja paritário e passe a funcionar com o
acompanhamento das entidades sindicais, a exemplo do acordo sobre
assédio moral assinado com a Fenaban.

Em relação aos incorporados de outros bancos no tema saúde e
previdência, os delegados aprovaram propostas efetivas para garantir a
sua inclusão na Cassi e na Previ.

Organização do movimento

– O 23º Congresso do BB ratificou as resoluções do 3º Congresso da
Contraf-CUT referentes ao papel das Comissões de Empregados (COEs). Ou
seja, quem negocia com os bancos é o Comando Nacional dos Bancários,
coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pelas COEs indicadas
democraticamente pelas federações.

Em relação aos delegados sindicais, ficou definido que será
intensificada a luta pela ampliação desses representantes, de forma que
exista pelo menos um em cada local de trabalho. Quanto ao papel dos
delegados sindicais, o entendimento que prevaleceu é de que eles são uma
conquista importante para a organização nos locais de trabalho, onde
devem atuar em conjunto com os sindicatos nos locais. Seus foruns são
organizativos, e não deliberativos.

BB e Sistema Financeiro – O Congresso decidiu ampliar a luta pela transformação do BB em um banco
público de verdade, que tenha ação pautada pelo caráter social, o que
inclui o barateamento e a ampliação da oferta de crédito para a produção
e para o desenvolvimento nacional.

Os delegados reafirmaram a tese da estatização do sistema financeiro
nacional, conforme resoluções da CUT, o fim dos correspondentes
bancários, o fim da segregação da população de baixa renda nas agências e
a convocação da Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro.

Debate democrático

– “Realizamos um grande debate representativo das bases da categoria. Não
resta a menor dúvida de que a partir do que construímos neste Congresso
teremos uma grande campanha salarial no BB, garantindo conquistas e
avançando nas reivindicações”, avalia Carlos de Souza, vice-presidente
da Contraf-CUT e funcionário do BB.

A plenária deste domingo concluiu o amplo debate feito pelos quatro
grupos de trabalho que se reuniram no sábado para discutir Remuneração e
Condições de Trabalho, Saúde e Previdência, Organização do Movimento, e
Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional.

“O trabalho realizado pela Comissão de Empresa de sistematizar as
discussões e propostas vindas das encontros regionais e assembleias foi
de grande valor para o aprofundamento qualificado dos debates realizados
pelos grupos de discussão e pela plenária. A partir desse planejamento,
podemos construir uma pauta de itens com a participação democrática dos
funcionários e funcionárias do Banco do Brasil”, acrescenta Wagner
Nascimento, representante da Fetraf-MG na Comissão de Empresa.

Participaram do 23º Congresso do BB, realizado de 15 a 17 de junho em
Guarulhos, na Grande São Paulo, 300 delegados (213 homens e 87 mulheres)
eleitos em encontros estaduais ou assembleias, além de 11 observadores
(sete homens e quatro mulheres).

Resoluções finais

– As resoluções completas do 23º Congresso serão divulgadas nos próximos
dias, após uma revisão geral do texto final por parte da Contraf-CUT,
assessorada pela Comissão de Empresa.

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