A dois dias da abertura da Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, de 13 a 22 de
junho, o mundo se volta para o Rio de Janeiro. No que depender do
Brasil, o encontro se tornará uma referência internacional na defesa do
meio ambiente com desenvolvimento sustentável e inclusão social. Para os
brasileiros, é fundamental concentrar as discussões na erradicação da
pobreza como elemento essencial à sustentabilidade.
Por enquanto, 115 chefes de Estado (presidentes da República) e de
Governo (o equivalente a primeiro-ministro) confirmaram presença. Em
discussão, a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e
da erradicação da pobreza.
Um dos destaques das discussões será a execução de programas sociais de
transferência de renda no Brasil. As autoridades brasileiras defendem
que durante a Rio+20 sejam definidas medidas que avancem no combate à
pobreza e à fome, assim como no fortalecimento do multilateralismo e nas
metas fixadas pelas Nações Unidas para o milênio.
Para especialistas, a conferência deve confirmar que os resultados dos
esforços conjuntos só ocorrerão se houver atividades e programas que
atendam às diferentes realidades dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento.
Em relação à estrutura institucional para o desenvolvimento
sustentável, as discussões devem ter como foco as áreas econômica,
social e ambiental. Nos últimos anos, líderes políticos estimularam as
discussões sobre a possibilidade de pôr em prática programas voltados ao
desenvolvimento econômico, ao bem-estar social e à proteção ambiental,
organizados de forma conjunta.
Nas propostas já apresentadas estão a reforma da Comissão sobre
Desenvolvimento Sustentável (CDS) cujo objetivo é a execução das metas,
fixadas há 20 anos, na Rio92. Também há recomendações para reformas nas
instituições ambientais internacionais, pois vários líderes políticos
argumentam que é necessário fortalecer o Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (Pnuma).
A ideia é assegurar propostas que garantam o aumento dos recursos
disponíveis ao Pnuma para a implementação de projetos em países em
desenvolvimento. A reforma da estrutura do Pnuma deve considerar o
equilíbrio entre as questões sociais, econômicas e ambientais.
Políticos, especialistas, representantes de organizações não
governamentais, integrantes de comunidade indígenas, quilombolas e
ribeirinhos estarão presentes.
As discussões da Rio+20 ocorrerão em locais distintos da cidade do Rio
de Janeiro. Os políticos se concentrarão no Riocentro, no bairro da
Barra da Tijuca, especialistas, pesquisadores e sociedade civil se
intercalarão em debates no Parque do Flamengo, Museu de Arte Moderna,
Forte de Copacabana e Parque dos Atletas.