Vítimas de trabalho forçado beiram 21 milhões

Cerca de três em cada
mil pessoas em todo o mundo são vítimas de trabalho forçado,
segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
divulgado nesta sexta-feira 1. O número total de pessoas presas em
empregos que lhes foram impostos por meio de coação ou de engano
chega a 20,9 milhões. Nessas situações também podem ser incluídos
o tráfico de seres humanos ou práticas análogas à escravidão. O
último relatório da organização sobre o assunto foi divulgado em
2005.

“O tráfico de seres humanos também pode ser
considerado trabalho forçado e, assim, essa estimativa capta o
tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual ou o que
alguns chamam de escravidão moderna”, diz o estudo.

De
acordo com o levantamento, mulheres e meninas representam 55% (11,4
milhões) do total de trabalhadores forçados, enquanto homens e
meninos representam 9,5 milhões (45%). Além disso, os adultos são
mais afetados do que as crianças, pois 74% (15,4 milhões) das
vítimas são maiores de 18 anos e 26% (5,5 milhões) estão abaixo
dessa faixa etária.

A região da Ásia e do Pacífico
apresenta o número mais alto de trabalhadores forçados no mundo,
11,7 milhões (56%). A África vem em seguida, com 3,7 milhões
(18%), e a América Latina, com 1,8 milhão de vítimas (9%). Nos
países da Europa Central e do Leste Europeu são registrados 1,6
milhão (7%) de pessoas trabalhando de forma forçada. Nas economias
desenvolvidas e na União Europeia há 1,5 milhão (7%) de
trabalhadores forçados, enquanto no Oriente Médio, o número de
vítimas é estimado em 600 mil (3%).

O estudo mostra ainda
que 90% dos trabalhadores (18,7 milhões) são explorados na economia
privada, por indivíduos ou empresas. Desses, 4,5 milhões (22%) são
vítimas de exploração sexual forçada e 14,2 milhões (68%) são
forçados em atividades econômicas como agricultura, construção
civil, trabalho doméstico ou industrial.

Além disso, 2,2
milhões (10%) são vítimas de trabalho forçado imposto pelo
Estado, como por exemplo, nas prisões, o que viola as normas da OIT,
ou imposto por forças armadas rebeldes ou exércitos nacionais.

O
documento também apresenta a relação entre migração e trabalho
forçado. Há 9,1 milhões de vítimas (44%) que estão presas no
trabalho forçado após um processo migratório, ou seja, o
deslocamento dentro de seus países ou para o exterior. A maioria
dessas pessoas, 11,8 milhões (56%), está submetida a trabalho
forçado em seus países de origem ou residência.

Os
deslocamentos entre fronteiras estão estreitamente vinculados à
exploração para fins sexuais. Em contrapartida, a maioria dos
trabalhadores forçados em atividades econômicas e quase todos os
que são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado não se
afastaram de suas áreas de origem, mostra o estudo.  

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