Um agricultor ligado ao
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foi morto nesta
segunda-feira (2), a tiros, em uma emboscada em uma área de conflito
fundiário no sul de Pernambuco.
O homicídio ocorreu
por volta das 6h30 no município de Gameleira (97 km de Recife), um
dia após o MST ocupar uma fazenda de cana-de-açúcar na mesma
região.
Segundo a Polícia
Civil do Estado, o agricultor Pedro Bruno, 39, foi morto após levar
dois filhos à escola em uma moto.
Quando voltava para
casa, no assentamento Margarida Alves, foi abordado e atingido por
vários tiros em lugar deserto de uma estrada rural, nas imediações
de um canavial.
O comissário da
Polícia Civil Ozéias da Silva disse que há indícios de que houve
uma emboscada. Conforme a polícia, o agricultor não teve chance de
defesa e levou vários tiros, principalmente na região da cabeça.
O número de
perfurações ainda não havia sido determinado até o início da
tarde desta segunda-feira (2).
A morte expõe aumento
na violência agrária no Estado. Há dez dias, Antônio Tiningo, um
dos líderes do MST no agreste pernambucano, também foi morto a
tiros.
O MST relaciona o
homicídio desta segunda-feira (2) ao conflito fundiário na região. No domingo, os sem-terra
invadiram uma parte do engenho Pereira Grande, que pertence à usina
Estreliana, e montaram acampamento no local.
A coordenação do MST
em Pernambuco diz que a morte pode ter sido uma reação à invasão
da área. Segundo o movimento, 60 famílias participaram da invasão
– a empresa afirma que são 30 pessoas.
“Tudo está
apontando nessa direção porque havia homens vigiando o
acampamento”, disse José Valentim, da coordenação do
movimento em Pernambuco.
Bruno não era líder
do MST, mas, segundo Valentim, pode ter sido confundido por conduzir
uma moto parecida com a usada por líderes que participaram da
invasão.