Os bancários do Banco
do Nordeste estão em estado de greve e realizam nesta quarta-feira
(28) um Dia Nacional de Luta contra a redução da Participação nos
Lucros e Resultados (PLR). No Recife, o Sindicato marca a data com a
distribuição de bolo de rolo, no começo da tarde, para denunciar a
enrolação do BNB nas negociações, que estão em impasse.
Na
última reunião com o banco, no dia 16 de março, os representantes
do BNB informaram que a empresa pretende distribuir apenas R$ 2,6
milhões para pagamento da segunda parcela da PLR de 2011. O valor é
bem menor que o recebido no ano passado e pode, inclusive, obrigar os
bancários a devolverem uma parte do dinheiro pago na primeira
parcela da PLR.
Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello, a PLR dos bancários do BNB pode ter uma queda de 16,2%,
conforme levantamento do Dieese. “Isso é um absurdo, não
aceitamos esta redução, que é fruto do conservadorismo do banco,
que fez uma altíssima provisão no seu balanço para créditos de
liquidação duvidosa. Os bancários estão mobilizados e prontos
para agir, caso o banco continue com esta história de diminuir a
PLR”, afirma Jaqueline.
O diretor do Sindicato, Alan
Patrício, que representa Pernambuco na Comissão Nacional dos
Funcionários, lembra que a PLR foi uma conquista da Campanha
Nacional do ano passado, que terminou após 23 dias de uma forte
greve encampada pelos bancários do BNB. “Foi com muita luta que
conquistamos esta PLR e a parcela extraordinária, chamada de PLR
social. Não vamos deixar o banco rebaixar um direito garantido pela
nossa Convenção Coletiva”, diz.
As manifestações desta
quarta foram definidas em assembleia realizada pelo Sindicato com os
bancários do BNB, nesta terça-feira, dia 27. “Os trabalhadores
participaram ativamente da assembleia e se mostraram bastante
indignados com o banco. Não só pela redução da PLR, mas também pelo desrespeito e falta de transparência do BNB com os seus
empregados”, conta Alan.
Segundo a Contraf-CUT, o lucro
líquido do BNB em 2011 é 0,39% superior ao apresentado em 2010 (R$
314,8 milhões), quando o banco pagou integralmente a PLR. “Não há
nada que justifique esta redução”, finaliza Alan.
Nova
proposta – Na tentativa de
barrar o Dia de Luta dos Bancários, o BNB apresentou uma nova
proposta de PLR para os sindicatos nesta terça-feira, mas ela ainda
depende da autorização do governo.
Segundo o banco, além do
percentual de 8,64% do lucro líquido de R$ 314,73 milhões (previsto
para a segunda parcela) e os 3% da PLR Social, o BNB está
buscando autorização dos Ministérios da Fazenda e Planejamento
para pagar mais 2% do lucro na forma de um adicional. Graças à
pressão dos sindicatos, os bancários agora receberiam 11% do lucro
líquido do banco.
“Nossa pressão está surtindo efeito,
mas essa nova proposta só aumenta a importância do Dia de Luta, já
que ela ainda não está assegurada e depende da autorização do
governo. Portanto, vamos intensificar os protestos e mostrar para o
BNB que os funcionários exigem respeito”, finaliza Alan.
