Começou mais uma
temporada de publicação dos balanços financeiros dos bancos. A
novidade? Nenhuma, as instituições financeiras continuam batendo
recordes de lucratividade e embolsando bilhões de reais com a
exploração dos bancários e de toda a sociedade.
Os dois
primeiros bancos a publicarem seus balanços consolidados do ano
passado foram Bradesco e Santander. Conforme os números divulgados
nesta terça-feira, dia 31, o Bradesco encerrou 2011 com lucro
líquido ajustado de R$ 11,19 bilhões, o que representa um
crescimento de 14,2% em relação ao resultado do ano anterior (R$
9,804 bilhões).
Já o Santander registrou lucro líquido de
R$ 7,755 bilhões em 2011, o que representa um crescimento de 5,1% em
relação a 2010. Com estes números, mais uma vez o Brasil foi
responsável por “salvar” a lucratividade mundial do banco
espanhol, que fechou 2011 com ganhos de 5,35 bilhões de euros (US$ 7
bilhões), queda de 35%. Ao contrário de seus concorrentes na
Espanha, o Santander mostra que tem condições de absorver maiores
provisões graças às operações fora do país. Conforme o balanço
mundial, a Espanha respondeu por apenas 10% do lucro do grupo,
enquanto o Brasil foi responsável por 28% dos ganhos.
Para a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, não há nada de novo nos
balanços financeiros publicados por Bradesco e Santander. “Os dois
bancos continuam tendo lucratividade bilionária, às custas dos
bancários e clientes. Para os funcionários, sobram trabalho, metas
abusivas e muita pressão, que acabam deteriorando as condições de
trabalho. E para os clientes a exploração vem através das altas
taxas de juros e tarifas exorbitantes, além, do mau atendimento.
Tudo isso sem contrapartida social nenhuma”, afirma
Jaqueline.
Segundo ela, com esta lucratividade toda os bancos
podem valorizar seus empregados, atendendo as reivindicações
específicas dos funcionários. “O Sindicato mantém uma mesa de
negociação permanente com cada banco. Nelas, cobramos uma série de
reivindicações, como o auxílio educação no Bradesco e mais
contratações no Santander. Os balanços mostram que não é por
falta de dinheiro que os bancos não atendem as reivindicações dos
bancários. É pela ganância de lucrar cada vez mais”, finaliza
Jaqueline.