Uma pesquisa realizada pelo Procon-Pernambuco no mês de dezembro revelou uma diferença de mais de 200% nos preços
de material escolar. O levantamento foi feito em 19 estabelecimentos
comerciais do Recife e teve como base os produtos iguais ou semelhantes
mais pedidos pelas escolas, como lápis de cor, hidrocor, régua, tesoura,
cadernos e alguns tipos de papel. A maior disparidade foi encontrada no
custo do apontador simples, que variou de R$ 0,15 a R$ 0,50.
O estudo também observou que, em relação ao mesmo período do ano
passado, houve um aumento em quase todos os produtos pesquisados. O
caderno brochura 60 folhas, por exemplo, apresentou reajuste de 119% em
relação a 2010.
De olho nessas variações, a coordenadora de compras Márcia Leite não
teve dúvidas: pegou a lista de material escolar da filha e fez cotações
em diferentes lojas. “Em um lugar, a conta deu R$ 134. Em outro, R$ 78. O
dinheiro que sobra dá para comprar uma lancheira. É preciso achar um
tempo para pesquisar e fazer valer o dinheiro suado que a gente ganha”,
comentou ela, que aproveitou o horário de almoço para fazer compras.
Comparar
os preços é a melhor estratégia para economizar, orienta o Procon.
Aproveitar o 13° salário para adiantar as compras no mês de dezembro
também. É que a procura no comércio ainda está baixa, assim como os
preços. “Eu gosto de ir à loja antes de janeiro, pois ainda há muitas
opções nas prateleiras e o comércio não está tão cheio de gente”, disse a
geóloga Fátima Lira.
Esperta, a empresária Juliana Sousa levou Maria Clara, 7 anos, para
escolher o presente de Natal em um atacado de material escolar. “É bom
que eu já adianto a compra e é o Papai Noel quem paga”, brincou. Mas
levar as crianças para a loja nem sempre é uma boa iniciativa.
Influenciadas pelas propagandas, com apelos de personagens e artistas,
elas podem estourar o orçamento dos pais ao serem atraídas pelos
produtos mais caros.
Giovanna tem apenas 2 anos, mas é bem decidida na hora de fazer
compras. Achou uma mochila da Barbie e não quis mais trocar por outra.
“Esse vai ser o primeiro ano de escola dela. Dá vontade de comprar só
coisas fofas, mas é o marido quem controla”, falou a mãe da menina, a
administradora Natália dos Santos.
A escola de Danilo, filho da médica Ana Carolina Cavalcanti, cobra uma
taxa de material escolar, que é opcional. “Eu acho mais prático, pois a
gente não precisa enfrentar o tumulto da loja, mas também acho que
sairia mais barato
se eu fizesse a compra. Este ano, por exemplo, eu vou pagar R$ 490 de
taxa, fora um livro de inglês que não está na lista. É meio pesado esse
preço. Pelo menos, sei que os produtos são de qualidade”, ponderou. A
médica contou, ainda, que não sabe exatamente quais itens são cobrados
na lista.
Produtos que apresentaram as maiores variações de preço: |
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Produto |
Maior preço |
Menor preço |
Variação |
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Fonte: Procon Pernambuco |
O Procon alerta que há certos produtos que não podem ser pedidos aos
alunos, como papel ofício, fita adesiva, algodão, cartucho para tinta de
impressora e pincéis para quadro branco. O órgão também recomenda que o
consumidor negocie descontos e prazos para o pagamento. A compra em
conjunto pode facilitar as negociações. Na busca pelo menor preço, é
importante ainda atentar para a qualidade e procedência dos produtos.
O que pode ser cobrado na lista:
Lápis grafite, lápis de cor, lápis hidrocor, caneta, caderno, livro didático, entre outros materiais de uso didático.
O que não pode ser cobrado na lista:
Papel ofício, fita adesiva, pincéis/lápis para quadro branco, álcool
líquido ou em gel, algodão, artigos de limpeza ou higiene, cartucho para
impressora, CD e DVD, copo descartável, taxa de reprografia e agenda
específica da escola