O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) calcula que desde 2002 o salário mínimo teve
crescimento nominal de 211%, saltando de R$ 200 para os R$ 622 a partir
deste domingo (1º). Descontada a inflação do período, o ganho real foi
65,96%.
O percentual de aumento real de 2012 (9,2%) é o segundo maior na
última década, graças a Lei nº 12.382/2011 que prevê a restituição da
perda da inflação no ano anterior mais o crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) apurado no penúltimo ano pelo IBGE. Nota técnica do Dieese
estima que o novo mínimo é “o maior valor real da série das médias
anuais desde 1984”. O departamento também calcula que com o novo mínimo
será possível comprar 2,25 cestas básicas, a maior proporção desde
1979.
Segundo o Dieese, 48 milhões de pessoas têm rendimento referenciado
pelo salário mínimo. O maior grupo está entre os beneficiários da
Previdência Social (19,7 milhões de segurados); seguidos de empregados
(12,8 milhões de trabalhadores); trabalhadores por conta própria (8,7
milhões de pessoas) e mais de cinco milhões de empregados domésticos. O
reajuste deverá irrigar a economia com R$ 47 bilhões mensais e gerar R$
22,9 bilhões de incremento na arrecadação tributária.
Cada real acrescido no salário mínimo tem impacto de R$ 257 milhões
ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social. O peso na
massa de benefícios é 46% das contas da Previdência. Cerca de 68% do
total de seus beneficiários terão o reajuste.
A legislação do salário mínimo estabelece que além do valor mensal, o
governo estabeleça valores correspondentes ao pagamento diário e por
hora relativos ao mínimo. Assim, o trabalhador receberá R$ 20,73 por dia
trabalhado ou R$ 2,83 por hora.