Militância CUTista ocupa a Esplanada dos Ministérios no ato em Defesa do SUS

Milhares de dirigentes e militantes da
CUT de todos os Estados do País, e outras entidades de movimentos
sociais, especialmente ligados a área da saúde, participaram nesta
quarta-feira (30), em Brasília, de uma caminhada pela esplanada dos
Ministérios e um ato público, em frente ao Congresso Nacional, para
defender o Sistema Único de Saúde (SUS).

A manifestação faz parte das
atividades da 14º Conferência Nacional de Saúde, cujo tema é: “Todos
usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Público, patrimônio do
povo brasileiro”. A Conferência, que é considerado o maior evento
brasileiro na área de saúde, debaterá desafios, perspectivas e aprovará
propostas de melhorias para o SUS, sistema, acontece entre 30 de
novembro e 4 de dezembro, também na capital federal.

As bandeiras do movimento em defesa do
SUS estavam escritas de forma clara em dezenas de faixas e cartazes que
os militantes empunhavam, sem se intimidar, ora debaixo de sol, ora de
chuva:


– pela regulamentação da emenda 29;


– mais recursos para o SUS;


– combate a terceirização; e,


–  30 horas é o limite!

E as palavras de ordem eram cantadas
em alto e bom som. Entre elas, as mais repetidas foram: “A nossa luta é
todo dia, saúde não é mercadoria”; e, “Dilma, preste atenção, é 10% da
União”.

De
cima do caminhão de som, a presidente da CNTSS-CUT (Confederação dos
Trabalhadores em Seguridade Social, Maria Aparecida do Amaral Godói de
Faria, falou sobre as bandeiras que os movimentos sociais vão defender
durante a Conferência e também porque decidiram fazer a caminhada e o
ato em frente ao Congresso.

Uma das bandeiras mais importantes
para os movimentos sociais, segundo ela, é a aprovação da Emenda
Constitucional (EC) 29, que determina índices mínimos de aplicação da
receita bruta para a saúde para as três esferas de governo (12% para os
estados, 15% para os municípios e o equivalente ao orçamento anterior
mais o a variação do Produto Interno Bruto (PIB), no caso da União.

O secretário de Organização da CUT,
Jacy Afonso, aproveitou para reforçar os esforços da central no sentido
de garantir o financiamento do SUS. “A CUT”, disse ele, “é a favor da
implantação do imposto sobre grandes fortunas, uma maneira de
reduzirmos a injustiça que representa a estrutura tributária
brasileira”.

Segundo Jacy, “o imposto no Brasil é
regressivo. Quem paga mais é o povo, que é taxado no salário e no
consumo. Os ricos pagam muito pouco. Queremos taxar as grandes fortunas
e usar esse recurso para investimentos em uma saúde de qualidade”.  

A presidente da CNTSS-CUT falou também
sobre as outras duas bandeiras que serão defendidas no evento: combate
a terceirização; e, jornada de 30 horas semanais.

“Estamos relançando a campanha pelo
limite de 30 horas para podermos atender melhor a população, para que a
gente possa se qualificar mais e garantir um bom atendimento a todos
que recorrerem ao sistema público de saúde”, disse Maria Godói.

Esta campanha, segundo a dirigente,
foi lançada em 1996 e de lá para cá muitos municípios brasileiros
regulamentaram as 30 horas. “E já tem categorias, como técnico em
radiologia e médicos, por exemplo, com jornadas de 20 horas”, garantiu
a presidente da CNTSS-CUT.

Além
disso, as 20 horas são para que os trabalhadores tenham melhor
qualidade de vida, dedicação exclusiva, disse o secretário de Políticas
Sociais da CUT, Expedito Solaney, que explicou: “tem trabalhadores com
dois vínculos, trabalham 30 horas em um local e mais 30 com outro”.

Segundo ele, a jornada de 20 horas é
uma luta histórica da CNTSS-CUT, que quer garantir mais salário e
também mais tempo para o trabalhador se qualificar, ter lazer e
conviver com a família.

A manifestação terminou com um ato em
frente ao Congresso Nacional. O objetivo dos organizadores foi mandar
um recado aos senadores para que eles aprovem, ainda este ano, o texto
da regulamentação da EC 29 tal qual foi aprovado na Câmara dos
Deputados, em setembro.

Solaney, que faz parte da comissão
organizadora da 14ª Conferência, acredita que o senado não deve alterar
o texto e vai garantir os 10% da receita bruta do país para a saúde. O
receio, disse ele, “é que a presidenta Dilma Roussef vete”.

Segundo Solaney,  o movimento social,
agora, tem de pressionar a Dilma. “A luta é para que o governo não
modifique o que vai sair do senado. Se fizer isso vai comprar briga com
os movimentos sociais, especialmente os da saúde, que historicamente
defendem os 10% do PIB para o setor”, argumentou o dirigente.


Também participaram da manifestação, representantes da CTB, CGTB,  CONASEMS,  CONASS, CONTAG, CONAM,  CNBB, CNTSS, COBAP e UNE.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi