Aeroportuários vão parar 48 horas contra privatização dos aeroportos

O
Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) convocou para a
meia-noite desta quarta-feira (19) o início de uma greve de 48 horas
contra a privatização dos aeroportos. A paralisação foi aprovada
em assembleias realizadas em Brasília (11); Guarulhos (17) e
Campinas (18), que reafirmaram a determinação dos aeroportuários
em barrar o retrocesso privatista.

“Não somos contra a
concessão, contra a captação de recursos para ampliar
investimentos, o que não aceitamos é que o Estado perca o controle
sobre um setor estratégico para o desenvolvimento. O fato é que o
modelo adotado retira da Infraero as atividades-fim dos aeroportos:
operação, segurança, carga e navegação aéreas, controle de
tarifas e manutenção e engenharia especializada”, denunciou
Marcelo Tavares, diretor do Sina.

De acordo com Marcelo, ao
precarizar os serviços aeroportuários, a privatização vai
fragilizar e ampliar a vunerabilidade da segurança operacional e de
voo. “Já deu para ver o que aconteceu com a privatização do
setor de energia, onde a falta de manutenção está fazendo os
bueiros explodirem no Rio de Janeiro e trazendo o apagão para as
capitais do país. Sabemos que 98% dos acidentes nos aeroportos
acontecem nos pousos e decolagens, por isso são tão importantes os
investimentos em infraestrutura de pista e equipamentos, na navegação
aérea. São setores que não podem ser sucateados de forma alguma.
Por isso, 85% dos aeroportos do mundo estão sob controle do Estado,
pois nós sabemos como age o interesse privado”,
acrescentou.

Inexperiência – “As autoridades
responsáveis pelo processo da concessão insistem em entregar
atividades aeroportuárias que exigem precisão a quem não tem
experiência no assunto. Decidiram que os 38 anos de experiência da
Infraero na área podem ser terceirizados e, portanto, precarizados a
partir do leilão dos aeroportos”, denuncia o presidente do
Sina, Francisco Lemos.

Conforme o Sindicato, “os
interessados na concessão estão de olho no poder aquisitivo dos
passageiros das classes A e B que circulam nos aeroportos, restando
para os das classes C e D – que abandonaram as cansativas viagens de
ônibus – a discriminação e até mesmo o retorno às estações
rodoviárias”.

Durante a tarde de terça-feira (18) e a
manhã desta quarta-feira, circularam rumores de que para evitar os
protestos contra a privatização, o governo estaria analisando
ampliar a estabilidade para cinco anos. 

“Na
verdade, isso é uma proposta indecente, pois só adiaria o tempo de
demissão do pessoal”, declarou Tavares, sublinhando que a
categoria tem um compromisso muito maior do que com o seu próprio
emprego, que é o compromisso com o Brasil e o povo brasileiro.

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