Para Contraf-CUT, é preciso acelerar queda da Selic para incentivar emprego

A
Contraf-CUT considerou muito lento o ritmo da queda da Selic, que foi
reduzida nesta quarta-feira, dia 21, de 12% para 11,5% ao ano na
reunião do Comitê de Politica Monetária (Copom), em Brasília. “É
preciso ousar e acelerar o corte da Selic porque o Brasil ainda
mantém o título de campeão mundial dos juros altos, o que freia o
emprego, a produção e o desenvolvimento e somente incentiva a
entrada de capital especulativo”, afirmou o presidente da
Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. 

“O patamar elevado da
Selic é um problema e deve ser combatido, pois penaliza sobretudo as
pessoas mais pobres, que dependem de políticas públicas”,
destaca. “Trata-se do maior programa de transferência de renda
do mundo aos donos de títulos públicos, a chamada bolsa-banqueiro,
cujo orçamento da União prevê o repasse da ordem de R$ 240 bilhões
em 2011. Isso representa 18 vezes mais do que o orçamento previsto
de R$ 13,4 bilhões para o Bolsa Família”, compara.

“É
uma obrigação do governo eleito pelas forças populares e
democráticas deste país acabar com esse nefasto programa de
transferência de renda às avessas que está sangrando o povo
brasileiro”, ressalta Cordeiro. 

O presidente da
Contraf-CUT defende que, além das metas de inflação, o Banco
Central deveria fixar também metas sociais, como o aumento do
emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades
sociais do país. “Para isso, é fundamental ampliar o Conselho
Monetário Nacional, de forma a contemplar a participação da
sociedade civil organizada na discussão dos rumos da economia”,
propõe.

Cordeiro também cobra do BC medidas para forçar a
redução dos juros cobrados pelos bancos dos clientes, que também
se encontram entre os maiores do mundo. Isso porque a queda da Selic
não está se refletindo em juros menores aos consumidores. “Em
agosto, o spread bancário atingiu 27,8% ao ano, percentual mais alto
desde maio de 2009”, apontou. 

“Está na hora
de discutir o papel do Banco Central e dos bancos na sociedade
brasileira. Por isso, defendemos a realização da 1ª Conferência
Nacional sobre o Sistema Financeiro, onde todos possam debater a
atuação dos bancos e o acesso ao crédito barato para financiar o
desenvolvimento econômico e social do país”, concluiu.

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