O 15º dia de greve foi
marcado pela truculência de gerentes do Banco do Brasil. Eram 6h30
da manhã desta terça-feira, dia 11, quando diretores do Sindicato
chegaram na agência Casa Amarela. E já encontraram funcionários
postados em frente à unidade, esperando sua abertura. Com a presença
de bancários de diversas agências do BB, o Sindicato realizou um
ato no local e, como de costume, tentou negociar com os gerentes. Não
contava com as grosserias e disparates dos gestores.
Segundo o
secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, no prédio de Casa
Amarela funcionam duas unidades: a agência e o PSO. A atitude
autoritária partiu dos gerentes da agência, sobretudo da gerente de
segmento. “Ela não se contentou em nos afrontar. Passou a
intimidar funcionários da agência na frente de todo mundo. Para um
deles, disse que estava decepcionada. E ele sequer estava assumindo
uma postura mais ativa na mobilização”, conta Fabiano.
A
truculência foi tanta que a Superintendência mandou o gerente geral
da Gepes (Gerência de Pessoas), Miguel Arruda, para tentar apaziguar
os ânimos. Segundo ele, a orientação do banco é de respeitar o
movimento sindical. No entanto, apesar de ser este o primeiro caso de
confronto mais ostensivo com gestores, a postura do banco nesta greve
está longe do respeito ao movimento sindical. “Ameaças de
descomissionamento, informações manipuladas e outras estratégias
estão sendo usadas diariamente para pressionar os trabalhadores”,
denuncia Fabiano.
Depois do confronto, os dois gerentes foram
realocados para outra unidade e a agência de Casa Amarela permaneceu
fechada. “É muito triste ver gestores se comportando como se
fossem banqueiros. Não sabem eles que, quando o banco quer
descomissionar, não poupa ninguém. Espero que este seja um caso
isolado porque, se a gente perceber que a postura do banco é esta,
vamos parar tudo, inclusive o CSO”, diz Fabiano.
>> Ouça
o relato de Fabiano Félix sobre a confusão na agência Casa
Amarela
Greve
cresce no BB – A greve dos bancários cresce a cada dia no Banco do
Brasil. Nesta terça-feira, a paralisação atingiu 95% das agências
de Pernambuco, fechando 157 das 165 unidades que funcionam em todo o
estado.
Segundo Fabiano, a greve deste ano tem parado até as
agências que, em outros anos, não aderiram à greve. “Na semana
passada, os bancários fecharam as agências do BB no Derby, Dantas
Barreto e Santo Antônio. Ontem (segunda-feira), foi a vez da Sete de
Setembro. E, hoje, paramos a unidade de Casa Amarela. Só podemos
parabenizar os bancários, que estão superando a pressão dos
gestores para fortalecer a nossa greve”, afirma.