Em
menos de uma semana de greve, o Bradesco já usou a truculência com
os bancários do Recife. Para tentar impedir o legítimo direito de
greve dos seus funcionários, o banco usou a polícia e a Justiça e
tentou reabrir as agências da capital pernambucana.
Segundo a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o Bradesco conseguiu um
interdito proibitório e, junto com um oficial de justiça e com a
polícia, percorreu as agências do Recife ameaçando os grevista.
“Para começo de conversa, o banco está usando o interdito
proibitório de forma deturpada. Este instrumento jurídico serve
para retomar a posse de uma propriedade ocupada e é usado geralmente
em disputas por terra. Mas o Bradesco está usando o interdito para
reabrir as agências como se o Sindicato estivesse ocupando uma
propriedade alheia”, explica Jaqueline. Ela ressalta que a própria
Justiça reconhece que os bancos usam o interdito de forma
deturpada.
Como se não bastasse, o banco usou a polícia para
ameaçar os grevistas. “O advogado do Bradesco estava com o oficial
de justiça no carro do banco e, junto com um grupo de policiais,
percorreram as agências do Recife para reabri-las. Com o interdito,
o Bradesco garante apenas que o Sindicato não pode bloquear a
entrada das agências. Mas, com sua tradicional truculência, o banco
foi além e o advogado chegava nas unidades rasgando os cartazes de
greve e provocando os bancários”, diz Jaqueline.
A
presidenta do Sindicato afirma que se o Bradesco quer acabar com a
greve dos bancários é simples: basta apresentar uma proposta
decente que atenda as reivindicações dos trabalhadores na mesa de
negociação. “O Bradesco é um dos principais bancos na mesa de
negociação e só no primeiro semestre lucrou R$ 5,5 bilhões. Ou
seja, o banco pode atender tranquilamente as nossas reivindicações,
inclusive a demanda dos bancários por mais segurança, em vez de
usar a polícia de forma ilegal para tentar atrapalhar nossa greve”,
comenta Jaqueline.
