Os bancários de todo o
país entram em greve por tempo indeterminado a partir da meia-noite
desta terça-feira, dia 27. Em Pernambuco, a paralisação foi
ratificada em assembleia realizada nesta segunda-feira, com mais de
400 bancários.
Após um mês e meio de negociações, os
bancos não atenderam a nenhuma das reivindicações dos bancários.
Diante do impasse, a categoria entra em greve com o objetivo de
pressionar as instituições financeiras e garantir avanços nas
negociações.
A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello,
destaca que a greve é o último recurso que os bancários têm para
garantir que os bancos atendam suas reivindicações. “Desde o
início da Campanha Nacional, os sindicatos estão apostando no
diálogo e nas negociações para superar os impasses. Mas os bancos
estão com uma postura de intransigência e negaram todas as nossas
reivindicações. Dessa forma, não nos resta outra alternativa a não
ser a greve”, afirma Jaqueline.
Para ela, os bancários
devem começar a greve com toda força, paralisando o maior número
possível de agências e departamentos dos bancos. “Esperamos que
as instituições financeiras retomem as negociações e atendam
nossas reivindicações o quanto antes. Por isso, queremos construir
uma greve forte, como ocorreu o ano passado. Vale destacar que em
2010 realizamos a maior greve dos últimos vinte anos e conquistamos
o melhor acordo deste período, numa prova de que a luta vale a
pena”, ressalta Jaqueline.
Clientes – A presidenta
do Sindicato pede a compreensão dos clientes e usuários dos bancos
com a greve dos bancários. “Nós não procuramos a greve, os
bancos é que nos empurraram para uma paralisação por tempo
indeterminado. Pedimos a compreensão da população, até porque
nossa pauta de reivindicações também interessa a todos os usuários
de bancos. Entre outras demandas, estamos pedindo mais contratações
para melhorar o atendimento bancário, mais segurança, menos juros e
tarifas”, comenta Jaqueline.
Reivindicações – Entre
as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste
salarial de 12,8% (aumento real de 5%), PLR de três salários mais
R$ 4.500, piso do Dieese (R$ 2.297,51), plano de cargos e salários
para todos, mais contratações, fim da rotatividade, reversão das
terceirizações e banco para todos, sem exclusão e sem
precarização.
Até agora, foram realizadas sete rodadas de
negociação com os bancos, que, na melhor proposta apresentada,
ofereceram aos bancários 8% de reajuste, o que representa um aumento
real de apenas 0,56%. As instituições financeiras também
ofereceram o mesmo índice para corrigir o piso, os vales refeição
e alimentação, auxílio-creche e a parte fixa da PLR e do
adicional. Com isso, todas as demandas dos bancários foram ignoradas
pelos bancos.
Nova assembleia – Os bancários voltam
a se reunir em assembleia nesta terça-feira, dia 27, para avaliar o
primeiro dia de greve e organizar os próximos passos da luta. A
reunião será às 17h, na sede do Sindicato (Av. Manoel Borba, 564,
Boa Vista, Recife).