
Banco do Brasil com seus funcionários marcou a segunda rodada de
negociação específica, realizada nesta quarta-feira, dia 14, em
Brasília. Durante a reunião, os representantes do BB foram
agressivos e mostraram para os bancários que não há a mínima
disposição da empresa para atender as reivindicações dos seus
funcionários. “A negociação foi péssima”, comenta o
secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, que é bancário do
BB. “Na primeira rodada de negociação, realizada na semana
passada, os representantes do Banco do Brasil disseram que a empresa
respeita a mesa e que pretende encontrar uma solução negociada para
as reivindicações específicas dos funcionários. Agora, no segundo
encontro, o discurso do BB caiu por terra. Ficou nítido que não há
nenhuma vontade do banco em atender as nossas demandas”, explica
Fabiano.
Durante a negociação, os representantes dos
bancários mantiveram a disposição para o debate e reivindicaram
avanços no Plano de Carreira, com aumento no piso, nos interstícios,
jornada de 6 horas para as funções comissionadas e critérios de
ascensão mais claros e objetivos, como concursos e o respeito à
pontuação do TAO. Os bancários também cobraram soluções para as
questões de saúde e previdência, e avanços em relação ao
auxílio-educação.
O Banco do Brasil negou praticamente
todas as propostas apresentadas pelos bancários e ainda ameaçou os
negociadores dos sindicatos, com a retirada de algumas conquistas do
acordo em vigor, como a trava contra descomissionamento, e a
aplicação de ressalvas a cláusulas da Convenção Coletiva
Nacional da categoria (CCT), que está sendo negociada com a
Fenaban.
“Só aqui em Pernambuco tivemos dezenas de
descomissionamentos arbitrários nos últimos meses. Esta trava é um
meio de coibir o descomissionamento injustificado, mas o banco quer
retirá-la. A postura do BB na reunião foi lamentável e, caso as
negociações da semana que vem não tragam avanços, vamos começar
a preparar os bancários para mais uma greve. Infelizmente essa
parece ser a única linguagem que o banco entende”, ressalta
Fabiano.
O desrespeito do BB foi tão grande, que os
negociadores chegaram a fazer chacotas com as demandas dos bancários.
“Diante desta postura do banco, temos de ampliar a mobilização e
mostrar que podemos fazer uma greve ainda mais forte que a do ano
passado. E olhe que os negociadores do BB já reclamaram das
mobilizações que temos realizado ao longo desta Campanha Nacional.
Se o banco não quer que os bancários realizem protestos, é
simples: basta negociar com seriedade as nossas reivindicações”,
afirma Fabiano.
A próxima rodada de negociações específicas
com o BB será realizada na terça-feira que vem, dia 20, em São
Paulo, no mesmo dia em que ocorre a negociação com a Fenaban, que
debate as reivindicações gerais dos bancários. “Esperamos que o
BB apresente propostas efetivas para as demandas dos funcionários.
Caso contrário, vamos ampliar a mobilização e não descartamos a
possibilidade de iniciar uma greve nos próximos dias”, finaliza
Fabiano.