Repetindo a postura
adotada por todos os bancos até aqui, o Banco do Nordeste do Brasil
(BNB) negou a maioria das reivindicações apresentadas pelos
bancários na negociação específica realizada nesta terça-feira,
dia 13, em Fortaleza. A segunda rodada do processo negocial com o
banco tratou das cláusulas relacionadas a benefícios, previdência
e saúde do trabalhador.
Para o diretor do Sindicato, Alan
Patrício, que representa os bancários de Pernambuco na Comissão
Nacional dos Funcionários do BNB, os empregados do Banco do Nordeste
devem engrossar as mobilizações da Campanha Nacional para
pressionar a empresa.
“As negociações com o BNB tinham
começado bem na semana passada, com alguns avanços, mas agora o
banco adotou a mesma postura da Fenaban e negou todas as nossas
reivindicações. Então, só nos resta ampliar a mobilização para
pressionar a direção da empresa e garantir, assim, que nossas
demandas sejam atendidas”, afirma Alan.
Durante a negociação
desta terça, o BNB negou praticamente todos os itens da minuta
relacionados a benefícios. “O banco só aceitou debater, no
próximo encontro, o auxílio creche e o financiamento de veículos.
As demais reivindicações foram todas negadas, inclusive os itens
ligados à pauta de isonomia”, conta Alan.
O banco
justificou a série de negativas, dizendo que o gasto com a folha de
pagamento de 2010 foi muito alto, o que inviabilizaria a concessão
de novos benefícios. Os representantes dos bancários rejeitaram
esse argumento e cobraram do BNB a apresentação desse crescimento
das despesas com pessoal. O banco se comprometeu a trazer as
informações nesta quarta-feira, dia 14, quando a negociação terá
prosseguimento.
Saúde – Quanto às cláusulas de saúde do
trabalhador, os itens relativos à Camed, plano de saúde dos
funcionários do banco, foram encaminhados para uma reunião
específica agendada para a semana que vem, em data a ser confirmada.
Na ocasião, o banco se comprometeu a apresentar o resultado do grupo
de trabalho e encaminhamentos aprovados internamente em relação ao
plano de saúde.
Além disso, os bancários cobraram a
instalação de equipamentos ergonômicos em todas as unidades do
banco. A empresa afirmou que essa adaptação está sendo feita
conforme avançam as reformas que estão alterando a identidade
visual das unidades, que também contemplariam as questões de
ergonomia e acessibilidade. Cobrado pelos bancários, o BNB ficou de
apresentar o cronograma das obras.
Previdência – Nas
reivindicações relativas à previdência, o BNB concordou com a
criação de um grupo de trabalho (GT) para tratar especificamente da
Capef, fundo de pensão dos funcionários. Por conta da grande
importância e complexidade da questão, os representantes dos
bancários cobraram do banco uma dinâmica diferente no GT, para
acelerar o processo de discussão. Dessa forma, as reuniões começam
já na próxima semana para estabelecer um planejamento das ações
do grupo de trabalho.
PLR – Uma informação preocupante foi
trazida pelo banco à mesa de negociação. De acordo com os
negociadores da empresa, até agora, o valor aprovado pelo
Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais
(DEST) para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados
(PLR) é de 9% do lucro líquido, o que representa um retrocesso em
relação aos 14% que foram distribuídos pelo BNB em 2010.
“Com
esse valor, o banco faz parecer que não pretende pagar a PLR Social,
que distribuiu 5% dos lucros linearmente no ano passado. Se essa é a
posição do governo, trata-se de um grande retrocesso e vamos
precisar de muita mobilização para reverter isso”, afirma Miguel
Pereira, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT).
A negociação continua nesta
quarta-feira para tratar das clausulas sindicais e funcionais.