Dirigente de movimento de trabalhadores sem-terra é assassinado na Bahia

Na
noite do dia 6 de setembro de 2011, por volta das 21h, no Povoado de
Mandassaia, no município de Monte Santo, na Bahia, foi assassinado
Leonardo de Jesus Leite, liderança regional do Movimento de
Trabalhadores Acampados e Assentados (Ceta).

Leonardo tinha 37 anos, era casado e pai de dois
filhos. Ele foi arrastado do interior de sua casa, na presença da
família, e executado no terreiro com um tiro na cabeça.

Ele fazia parte de um grupo de trabalhadores
rurais sem-terra que, há mais de 10 anos, luta por terra e trabalho
na região, especialmente pela desapropriação para fins de Reforma
Agrária da Fazenda Jibóia, no município de Euclides da Cunha, de
propriedade de José Renato, ex-prefeito do município.

Nos últimos 15 dias, Leonardo recebera ameaças
de pistoleiros que atuam na região de Monte Santo, a mando de um
grupo de fazendeiros.

“Ironicamente, às vésperas do feriado de 7
de setembro, quando a nação brasileira pára pra celebrar a
independência e a cidadania, um filho seu que nunca fugiu à luta e
enfrentou a injustiça e a opressão do latifúndio, foi brutalmente
assassinado”, diz nota do Movimento Ceta.

Nos últimos três anos, foram assassinados cinco
trabalhadores rurais em Monte Santo em razão da luta pela terra. Há
muitos anos, um grupo de fazendeiros age em quadrilha no município,
perseguindo que ousar se insurgir contra o latifúndio e contra seus
desmandos de corrupção e roubalheira.

As autoridades públicas, como Poder Judiciário,
Polícia Civil, Ministério Público, Incra, Ouvidoria Agrária,
estavam cientes das ameaças, mas nada foi feito para impedir o
assassinato.

O movimento Ceta denuncia também que “foi
mais uma morte anunciada: os latifundiários fizeram mais uma vítima
e não foi por falta de aviso”.

A organização de trabalhadores rurais cobra a
punição dos responsáveis pelo assassinato e a imediata
desapropriação da Fazenda Jibóia.

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