Em negociação nesta 4ª, bancos rejeitam todas as reivindicações dos bancários

A segunda rodada de
negociação com os bancos, realizada nesta quarta-feira, dia 31,foi
tão ruim quanto a primeira. Durante a reunião, os representantes
das instituições financeiras negaram todas as reivindicações
apresentadas pelos bancários. Entre os temas em pauta estavam a
ampliação do horário de abertura das agências com a criação de
dois turnos de trabalho, respeito à jornada de seis horas, redução
do tempo de espera na fila, mais contratações de bancários e
implementação de mais caixas para atender melhor os clientes.

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Veja como foi a primeira rodada de negociação

Para a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que está em São Paulo
para representar os bancários de Pernambuco nas negociações, os
bancos estão apostando no impasse. “As duas rodadas de negociação
desta semana foram péssimas. Os temas discutidos nestes dois
primeiros encontros visam melhorar as condições de trabalho dos
bancários, mas também melhorariam – e muito – o atendimento aos
clientes. Ou seja, além de mostrar que não se importam nem um pouco
com seus funcionários, a postura dos bancos também revela que as
instituições financeiras não estão nem aí para os clientes”,
comenta Jaqueline.

Durante a reunião desta quarta, os bancos
desdenharam muitas das reivindicações dos bancários e alegaram que
alguns temas não dizem respeito aos sindicatos – e sim aos bancos e
ao Banco Central – e que não devem, portanto, fazer parte da
Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários. Os representantes
dos funcionários disseram que esses assuntos interessam diretamente
à categoria, já que influenciam na jornada, gerando sobrecarga de
trabalho.

Outros pontos – Os representantes dos bancários
também cobraram dos bancos o fim da terceirização no sistema
financeiro, que precariza as relações de trabalho e coloca em risco
o sigilo dos clientes. A discussão será aprofundada na mesa
temática sobre terceirização, conquistada na Campanha Nacional do
ano passado. Para o Sindicato, o fim da terceirização e da
precarização do trabalho são pilares centrais do conceito de
emprego decente, que é o tema da Campanha Nacional 2011.

O
Sindicato também cobrou dos representantes da Fenaban a realização
de um novo censo na categoria para averiguar os resultados dos
programas implementados pelas empresas para combater as
discriminações de gênero, raça, orientação sexual e pessoas com
deficiência – criados após a realização do Mapa da Diversidade,
em 2008. Os negociadores patronais disseram que vão consultar os
bancos sobre a reivindicação.

Ao final da negociação, a
Fenaban rejeitou incluir na Convenção Coletiva as cláusulas
debatidas durante a realização da mesa temática de igualdade de
oportunidade, o que demonstra a falta de responsabilidade com os
temas de inclusão previstos nas reivindicações dos bancários.

“As
duas primeiras rodadas de negociação foram muito ruins. Esperamos
que os bancos mudem de postura para as reuniões da semana que vem.
Caso contrário, vamos organizar os bancários para mais uma greve,
já que essa parece ser a única linguagem que os bancos entende”,
finaliza Jaqueline.

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