Para contar a história de um dos pioneiros do modernismo no Brasil, a
Secretaria de Turismo do Recife realiza neste sábado (20) o “Circuito
Cícero Dias”, cuja famosa frace pintada no piso do Marco Zero “Eu vi o
mundo… Ele começava no Recife” é de sua autoria.
O passeio
inicia na Praça do Arsenal da Marinha, às 14h, em direção ao primeiro
ateliê do artista, na Rua Martins de Barros, seguindo para o prédio da
Secretaria da Fazenda. Lá, existem três paineis, inclusive, o primeiro
mural abstrato da América Latina. Em seguida, o grupo segue para a Casa
da Cultura, onde estão os murais sobre a vida de Frei Caneca. O roteiro
encerra na Praça do Marco Zero, no painel “Rosa dos Ventos”. A obra foi a
maneira encontrada pelo autor para descrever a origem do mundo, a
partir do Recife.
Todo sábado um passeio com roteiro diferenciado
é realizado, gratuitamente, pelas ruas do Recife. Mas, as vagas são
limitadas, e para participar basta efetuar a inscrição previamente por
meio do telefone (81) 3355-8847. No dia do passeio é preciso levar um
quilo de alimento não perecível, que será destinado ao Instituto de
Assistência Social e Cidadania (IASC).
CÍCERO DIAS – Nasceu em Escada, mas quando completou
13 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi interno no Mosteiro de
São Bento. Ao longo de sua vida o pintor teve grandes amizades, entre
elas, Gilberto Freyre. Cícero Dias ilustrou a primeira edição do livro
mais famoso do sociólogo, Casa-Grande e Senzala.
Na França, fez amizade com várias personalidades ilustres, a exemplo
dos poetas André Breton e Paul Eluard, e do pintor Pablo Picasso, que se
encontrava asilado em Paris antes do fim da Guerra Civil Espanhola.
Este último tornara-se padrinho de sua filha e, junto a ele, Cícero
acompanharia a elaboração do quadro Guernica, o famoso épico sobre
aquela guerra. Cícero Dias morreu em 28 de janeiro de 2003, em Paris.