Multas aplicadas à Zara por trabalho escravo podem atingir R$ 1 milhão

A SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego) aplicou 48 autos de infração trabalhistas à Zara por
utilização de mão de obra em condições análogas à escravidão,
que somados podem atingir R$ 1 milhão.

A Zara, no entanto,
se recusou a fazer a anotação na carteira de trabalho dos 16
trabalhadores encontrados em oficinas “quarteizaradas” da
rede e de pagar diretamente a multa de R$ 140 mil referente à
rescisão dos contratos.

A SRTE aceitou o pedido da Zara para
que a AHA, que foi a terceirizada responsável pela contratação das
oficinas clandestinas, quitasse essas multas.

Depois que as
48 autuações forem julgadas, primeiro pela STRE e depois pelo
Ministério de Trabalho, a Zara pode ser incluída na lista suja de
trabalho escravo do governo.

O cadastro, feito pelo
Ministério do Trabalho e pela Secretaria de Direitos Humanos, é
divulgado duas vezes por ano –a última versão foi publicada no fim
de julho.

As empresas cadastradas não podem obter
financiamentos públicos, além de serem excluídas de negócios com
outras companhias que assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação
do Trabalho Escravo no Brasil.

“Se der tempo de julgar
todos esses autos, já a partir de janeiro de 2012 a Zara pode entrar
na lista”, afirma Faria.

A Zara contratou o escritório
Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, um dos maiores do país,
para defendê-la.

Responsável por trazer a marca Zara para o
Brasil, em 1998, o presidente da Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot,
afirmou que o flagrante de trabalho foi um acidente.

“Conheço
muito bem a história do grupo e eles são sérios e responsáveis”,
afirmou o executivo, que foi presidente da Zara no Brasil durante
oito anos.

“Eles mantêm milhares de contratos com
fornecedores em vários países do mundo. Isso foi um acidente”,
completou.

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