A Comissão de Defesa do Consumidor, em conjunto
com a Comissão de Finanças e Tributação, ambas da Câmara dos
Deputados, realiza no dia 24 de agosto, às 9h, o seminário
Propostas para um Sistema Financeiro Cidadão, a pedido dos deputados
Carlinhos Almeida (PT-SP), Roberto Santiago (PV-SP), João Dado
(PDT-SP) e Arnaldo Jardim (PPS-SP). O presidente da Contraf-CUT ,
Carlos Cordeiro, participará da mesa de debates.
“A
Contraf-CUT rejeita o modelo de elitização do atendimento bancário,
que tem empurrado clientes de baixa renda para os correspondentes, e
defende a universalização dos serviços bancários para todos os
cidadãos brasileiros”, defende Cordeiro.
O presidente da
Contraf-CUT salienta que é fundamental a suspensão das resoluções
do Banco Central que ampliam a atuação dos correspondentes,
violando a Constituição Federal ao legislar em substituição ao
Congresso Nacional. Nesse sentido, a Contraf-CUT defende a aprovação
do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 214/2011, do deputado federal
Ricardo Berzoini (PT-SP), que suspende as resoluções do BC.
Entre
os objetivos do seminário estão: discutir e buscar soluções para
o desrespeito aos usuários do sistema financeiro nos altos preços
das tarifas e juros, no tempo nas filas, na discriminação aos
cidadãos de menor pode aquisitivo, na insegurança nas agências e
na exposição de dados pessoais a estranhos, via terceirização dos
serviços. O evento acontece no Plenário 2 do Anexo II da Câmara
dos Deputados.
Universalização com inclusão – A
inclusão bancária e a convocação de uma conferência nacional
sobre o sistema financeiro são duas bandeiras centrais dos bancários
na Campanha Nacional 2011, aprovadas na 13ª Conferência Nacional
dos Bancários, realizada entre 29 e 31 de julho.
A expansão
feita pelos bancos, conforme denúncias da Contraf-CUT, tem sido
promovida sobretudo pelos correspondentes bancários, como lotéricas
e banco postal. “Estão delegando o atendimento a terceiros que
não possuem condições mínimas de exercer tal tarefa, cujos
trabalhadores não têm os mesmos direitos dos bancários. Estão se
eximindo de sua responsabilidade social”, aponta do secretário
de Finanças da Contra-CUT, Roberto Von Der Osten, o Betão.
As
normas do BC sobre correspondentes bancários vêm contribuindo para
este tipo de expansão excludente. “Embora o BC argumente que as
resoluções visam à inclusão social, os correspondentes não estão
sendo criados prioritariamente em regiões menos bancarizadas. Um
quarto dos correspondentes, que existem hoje no Brasil, está
localizada no Estado de São Paulo, o mais bancarizado do país,
funcionando inclusive ao lado de agências, mostrando que o que está
em jogo é mais uma forma de reduzir custos, aumentar os lucros dos
bancos e ameaçar o futuro da categoria bancária”, afirma o
presidente da Contraf-CUT.
A Contraf-CUT defende a
bancarização com bancários, e recusa a lógica dos bancos que
buscam somente a oportunidade de varejo. “Bancarização de
verdade significa inclusão de pessoas que estão à margem do
sistema bancário, para que tenham acesso ao crédito. É um
instrumento de cidadania”, finaliza Betão.