O
Comando Nacional dos Bancários entregou à Federação Nacional dos
Bancos (Fenaban) nesta sexta-feira, dia 12, em São Paulo, a pauta de
reivindicações da Campanha Nacional 2011. A minuta foi recebida
pelo presidente da entidade patronal, Murilo Portugal. Um calendário
de negociações deve ser agendado nos próximos dias.
A
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que integra o Comando
Nacional, participou do encontro representando os bancários de
Pernambuco. “Explicamos aos banqueiros que o grande mote da
Campanha deste ano é o emprego decente. Queremos, entre outras
coisas, garantia de emprego, remuneração digna, fim das
discriminações, melhores condições de trabalho, fim do assédio
moral e das metas abusivas, aposentadoria decente e mais segurança”,
contou Jaqueline.
Além
do novo presidente da Febraban, estavam na mesa representantes do
Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC.
Emprego
decente – Durante o encontro,
os representantes dos bancários explicaram para os bancos o conceito
de emprego decente elaborado pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT) e assumido pela CUT como bandeira central de luta em
2011.
“Precisamos acabar com a alta rotatividade nos
bancos, que é uma coisa, como a jabuticaba, que só existe no
Brasil. Infelizmente, os bancos internacionais só praticam a alta
rotatividade aqui, e não nos outros países vizinhos onde atuam”,
criticou o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Sistema
financeiro decente – O Comando
Nacional também informou a Fenaban que a pauta de reivindicações
deste ano inclui o conceito de inclusão bancária, que é o direito
de toda a população brasileira ter conta bancária e ter
atendimento decente, feito em agências e postos de atendimento, com
assessoria financeira, sigilo de dados e segurança.
“Estamos
levando à presidenta Dilma Roussef a convocação de uma Conferência
Nacional para discutir com toda a sociedade brasileira o sistema
financeiro que o Brasil quer e precisa para alavancar o
desenvolvimento econômico e social”, disse Carlos Cordeiro. Dentro
desse debate, os trabalhadores querem discutir os correspondentes
bancários, que é considerado pelo Sindicato um instrumento para
segregar e excluir os mais pobres e precarizar as relações de
trabalho.
Venda ética de serviços bancários –
Além da pauta de reivindicações, o Comando Nacional também
entregou à Fenaban a carta aprovada pelo Comitê Diretivo da UNI
Finanças durante reunião realizada em Copenhague, na Dinamarca, em
junho de 2010, que defende a venda ética de produtos e serviços
bancários e a orientação adequada aos clientes sobre as melhores
opções para fazer investimentos.
A Declaração sobre a
Venda Responsável de Produtos Financeiros prevê, entre outros
itens, o fim das metas abusivas e a garantia de uma “cultura
interna de negócios e procedimentos operacionais que conduzam à
venda responsável de produtos”.
