Com o anúncio de que notas de
dinheiro com tinta rosa perderiam o valor pela suspeita terem sido
roubadas de caixas eletrônicos, os brasileiros correram para
trocá-las.
Em três meses, após a onda de ataques a esses
equipamentos, a maioria das cédulas enviadas ao Banco Central
estavam, sim, manchadas, mas por outros tipos de marcas: entre elas,
batom.
Das 28 mil cédulas entregues no período, apenas 5%
tinham as marcas deixadas pelos dispositivos antifurto que mancham as
notas. Nos outros 95% havia, além de batom, marcas de mercúrio
cromo e canetas coloridas.
Para João Sidney de Figueiredo
Filho, chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, o receio de
ter em mãos uma nota de origem criminosa fez com que muita gente
entregasse ao banco cédulas com qualquer tipo de marca.
Só
no mês de junho, quando o BC anunciou que as notas manchadas tinham
perdido a validade, após o início da onda de saques, foram
recebidas cerca de 22 mil cédulas.
No mês anterior, a
instituição havia recebido 2.972 notas. Em julho, passada a fase de
maior apreensão por parte da população, foram 2.947.
O BC
recomenda que as pessoas entreguem o dinheiro manchado aos bancos,
que depois mandam as notas suspeitas para uma análise.
Caso a
mancha tenha sido provocada pela tinta do sistema contra roubo, a
pessoa perde o dinheiro. Agora, se a mancha é só de batom mesmo, a
quantia é reembolsada.