Bancários querem denunciar BB à OIT por desmonte da categoria

Ao contrário da atuação desastrosa da seleção brasileira de futebol, que
empatou em 2 a 2 com o Paraguai neste sábado 9 de julho, os 325
delegados e os 18 observadores do Banco do Brasil que participam do 22º
Congresso Nacional do Funcionalismo, em São Paulo, se mostraram
entrosados, aguerridos e dispostos nos debates que marcam o início do
jogo da Campanha Nacional Unificada 2011. Uma das discussões mais
importantes do dia ocorreu durante o grupo sobre Banco Público e
Organização do Movimento. Entre outras propostas, o grupo aprovou que o
BB deve ser denunciado à Organização Internacional do Trabalho (OIT)
pelo desmonte da categoria bancária.

Após mais de três horas de intensos debates, os funcionários do BB que
participaram do grupo também deliberaram pelo fim dos correspondentes
bancários, criação de comitê de reestatização, unificação das campanhas
salariais dos servidores públicos, suspensão do BB 2.0 e dos modelos das
agências complementares, fim das reestruturações e suspensão das
centralizações em curso, combate à homofobia no BB e no movimento
sindical, luta pela democratização do acesso ao crédito, preservação dos
direitos dos funcionários incorporados pelo BB e movimento nacional por
tempo máximo de permanência nas filas das agências.

Coordenador do GT, Carlos Souza, diretor do Sindicato dos Bancários do
Rio de Janeiro, elogiou a pluralidade das discussões e classificou o
debate como produtivo. “O debate foi muito bom porque foi plural e
ocorreu de forma democrática. Isso é importante para a organização dos
bancários, pois mostra que iremos construir, de fato, grandes
mobilizações para garantir nossos direitos e avançar nas nossas
conquistas”, observa Souza.

Unidos, somos mais fortes

Diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Jeferson Meira fez um
apelo pela unidade da categoria. “Há uma crise do capitalismo e do
pensamento dos funcionários do BB. Hoje, o funcionário se propõe ao
individualismo exacerbado. Precisamos reverter essa lógica perversa e
trabalharmos em prol da conscientização desses trabalhadores. A luta tem
que ser coletiva”, opinou, ao pedir unidade também entre os bancários
do movimento sindical. “Não podemos fragmentar a categoria por
divergências políticas. É essencial encararmos os desafios que o
capitalismo nos impõe de forma unificada”, acrescentou.

Um banco público para o Brasil

Durante o GT, os bancários ainda lembraram as transformações sofridas
pelo BB nos últimos anos, muitas delas negativas para o funcionalismo. A
mudança de rumos da direção do banco, que vem priorizando os lucros em
detrimento do desenvolvimento da agricultura e dos pequenos empresários,
foi outra preocupação levantada pelo funcionalismo do BB no congresso,
que tem como tema Um banco público para o Brasil.

Os inúmeros problemas enfrentados pelos bancários do Besc, do BEP e da
Nossa Caixa – instituições incorporadas pelo BB – foram citados por
delegados e observadores que participaram do grupo de trabalho.

Confira, abaixo, as principais deliberações do grupo de trabalho sobre banco público e organização do movimento.

Bancos públicos

– Criação dos comitês de reestatização;
– Fim imediato das terceirizações;
– Denunciar o BB à OIT por maus tratos aos funcionários dos bancos incorporados pelo BB;
– Suspensão do BB 2.0 e dos modelos das agências complementares;
– Fim das reestruturações e suspensão das centralizações em curso;
– Combate à homofobia no BB e no movimento sindical;
– Realização de seminário nacional para debater o banco público com participação de outros movimentos;
– Denunciar o Banco Brasil à OIT pelo desmonte da categoria bancária;
– BB deve possibilitar o custeio das certificações;
– Retirar o GAT do Sinergia;
– Movimento nacional pelo tempo mínimo de permanência nas filas das agências;
– Luta pela democratização dos bancos públicos;
– Fim imediato dos correspondentes bancários;
– Preservação dos direitos dos funcionários incorporados pelo BB.

Organização do movimento

– Fortalecimento das mesas concomitantes;
– Eleição direta dos integrantes que participam da mesa de negociação;
– Unificação das campanhas salariais dos servidores públicos
– Desconto ou compensação das horas de greve
– Autonomia do Congresso do BB, sem vinculação com correntes políticas;
– Fortalecimento da representação por local de trabalho;
– Eleição direta dos vice-presidentes e presidente do BB pelo funcionalismo.

Todas as propostas do GT devem ser apreciadas pela plenária final do 22º
Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, prevista para
este domingo (10). Caso sejam aprovados, os itens constarão na pauta
final dos funcionários do BB para a Campanha Nacional Unificada deste
ano.

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