Contraf-CUT rechaça discriminação no 1º Fórum Febraban de Diversidade

A Contraf-CUT rechaçou as discriminações nos
bancos, durante o 1º Fórum Febraban de Diversidade, que aconteceu
na segunda-feira (27), em São Paulo. Apesar das políticas
implementadas pelas instituições financeiras, os trabalhadores
continuam lutando por igualdade de tratamento e oportunidades na
contratação, na remuneração e na ascensão profissional.

Segundo
a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro,
que participou da mesa redonda Perspectivas e Desafios da
Diversidade, a luta contra as discriminações não tem mais volta.
“Estamos chegando a um grau de conscientização na sociedade de
que as empresas que discriminam precisam ser boicotadas”,
afirmou.

Apesar dos avanços já conquistados pelos bancários,
Deise disse que ainda há muito caminho pela frente, falta
transparência e o momento não é o de baixar guarda. “Os
bancos assumem compromissos e fazem publicidade em relação às suas
iniciativas no campo da diversidade, mas eles não nos mostram
resultados efetivos, números que provem na prática o que dizem”,
frisou.

“Paga-se menos para as mulheres e os negros que
assumem cargos com baixos salários e assim por diante”,
denunciou. “Os bancos lucram com essa política
discriminatória”, ressaltou Deise.

A diretora da
Contraf-CUT apontou que o processo de bancarização sem bancários
está aumentando a transferência de serviços bancários para os
correspondentes e excluindo milhares de trabalhadores. “Essa
estratégia dos bancos está fazendo com que as políticas de
igualdade de oportunidades abarcarão cada vez mais um número menor
de pessoas”, salientou. “Temos que brecar a terceirização
e a precarização do trabalho, pois isso irá trazer ainda mais
desigualdade de direitos e oportunidades”, alertou.

Uma
luta que vem de longe –
Deise enfatizou que a pauta de igualdade
de oportunidades nos bancos não veio de forma espontânea. “Pelo
contrário, as instituições financeiras demoraram a admitir a
necessidade de debater a questão e o assunto começou a ser pautado
por meio da pressão exercida pelas entidades sindicais”,
lembrou. “Nossa história neste tema é longa, sendo que em 1998
o eixo da campanha salarial foi Igualdade e Oportunidade”.

A
dirigente sindical recordou ainda outros momentos decisivos nessa
luta. Em 2000, a Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT),
antecessora da Contraf-CUT, encomendou ao Dieese a pesquisa “O
Rosto do Bancário”, que traçou pela primeira vez o perfil dos
trabalhadores da categoria.

Em 2001, foi criada a mesa
temática de “Igualdade e Oportunidade” junto à Fenaban.
Além disso, os bancos foram cobrados pelo Ministério Público do
Trabalho, em 2005. “Outros atores sociais também participaram
desse processo, como os movimentos sociais”, observou Deise.

A
urgência na concretização das políticas que garantam a igualdade
de oportunidades foi reforçada pela diretora da Contraf-CUT. “Os
bancos precisam sair do campo das intenções e apostar nas
negociações e na construção de acordos com os trabalhadores”,
defendeu.

Respeito à mesa de negociações – A
dirigente sindical chamou os bancos a assumirem a responsabilidade de
respeitar o espaço privilegiado de debates e negociações, em
particular a Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades, cuja
primeira reunião em 2011 será realizada no próximo dia 8 de julho,
após quase um ano sem discussões sobre essa importante agenda dos
trabalhadores.

“Existem diretrizes e normas que valorizam
a existência das mesas de negociações. Apesar dos avanços,
percebemos é que ainda existe falta de seriedade das instituições
financeiras frente aos imensos desafios para negociar e construir
soluções para acabar com as discriminações”,
observou.

Deise citou como exemplo o anúncio feito pela
Febraban, no final de maio, da implantação da ferramenta de
recrutamento online de trabalhadores, disponível em seu site. A
medida foi anunciada à imprensa de maneira unilateral, ignorando que
o instrumento era uma das nove propostas apresentadas pela
Contraf-CUT, federações e sindicatos nos debates da mesa temática,
como forma de democratizar o acesso aos bancos e evitar qualquer tipo
de discriminação nas contratações.

“Quando a
Febraban age dessa forma desqualifica um espaço de negociação, que
foi uma conquista dos bancários e que está na pauta de
reivindicações de outras categorias”, frisou Deise.

Relações
Compartilhadas –
A dirigente da Contraf-CUT avaliou positivamente
a observação da representante da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) no Fórum, que destacou a importância da paternidade
responsável. Os bancários defendem a proposta da ampliação da
licença paternidade para 90 dias, dentro da visão de conciliar a
maternidade e a paternidade com o trabalho produtivo.

“Nossas
reivindicações estão de acordo com a linha de defesa feita pela
representante da OIT no Fórum. Estamos na vanguarda desta discussão
e estamos levando este debate aos bancos. A responsabilidade de
manter a casa e criar os filhos deve ser dividida igualmente entre
homens e mulheres”, apontou Deise.

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