Protestos dos bancários incomodam Santander na final da Libertadores

Os protestos dos bancários
incomodaram o Santander na final da Copa Libertadores, na noite de
quarta-feira, dia 22, no Estádio Pacaembu, em São Paulo. Faixas e
panfletos denunciaram aos torcedores do Santos e Penãrol todo o
desrespeito com que o banco espanhol – patrocinador do evento – trata
seus funcionários e aposentados nas Américas.

A
manifestação foi promovida pelo Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Afubesp, Fetec-SP, Contraf-CUT e UNI Américas, pouco antes da
grande decisão, onde o Santos venceu e comemorou o título de
tricampeão.

O objetivo das entidades foi ressaltar a fraude
histórica empreendida pelo Santander ao tentar colar sua imagem a um
torneio que homenageia a memória daqueles que morreram para
conquistar a independência das Américas diante da exploração
colonial das potências europeias, como a Espanha.

Além da
manifestação, o protesto também foi feito por intermédio do
rádio. Os ouvintes da Rádio CBN de São Paulo escutaram um informe
publicitário patrocinado pela Afubesp, Sindicato dos Bancários de
São Paulo, Contraf-CUT e Fetec/CUT-SP, denunciando as práticas
antissindicais e as dívidas que o Santander tem com os trabalhadores
da ativa e os aposentados.

“O banco tem explorado os
trabalhadores em todos os países das Américas com práticas
antissindicais, assédio moral para o cumprimento de metas absurdas e
ainda dá calote nos aposentados do antigo Banespa apenas para
acumular lucros cada vez maiores que são remetidos para matriz
espanhola e pagar salários milionários à diretoria executiva”
diz a secretária de Finanças do Sindicato e vice-presidenta da
Afubesp, Rita Berlofa.

“Os trabalhadores querem que o
Santander assine um acordo global que respeite direitos fundamentais
dos trabalhadores, como à organização, à sindicalização e ao
diálogo social, independentemente do país em que atuam”,
ressaltou.

“Há anos a Afubesp faz parte do grupo de
entidades que apoiam a campanha de mídia que leva a eventos
esportivos patrocinados pelo banco faixas e cartazes exigindo
respeito do banco”, explica o presidente da Afubesp e diretor
executivo do Sindicato, Paulo Salvador. “Um deles é a Copa
Libertadores da América, ironicamente bancada hoje por uma
instituição que nasceu e mantém sua sede em um dos principais
países colonizadores do continente, a Espanha.”

Bancários
cobram respeito –
Para a Contraf-CUT, os funcionários do
Santander no Brasil não podem continuar submetidos à rotatividade,
à pressão de metas abusivas e ao assédio moral, muitos adoecendo,
trabalhando em locais inseguros e sem um plano de cargos e salários
que garanta transparência, valorização e igualdade de
oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão
profissional, enquanto os diretores e membros do Conselho de
Administração ganham uma média de R$ 381 mil por mês.

O
Brasil é hoje responsável sozinho por mais de 25% do lucro mundial
do Santander, enquanto a Espanhou responde por 16%, conforme mostra o
balanço do primeiro trimestre deste ano. O banco lucrou aqui R$
2,071 bilhões.
Entretanto, o banco não reconhece nem salda as
dívidas com os trabalhadores da ativa e os aposentados, como o
aporte de recursos para serviço passado do plano II do Banesprev, a
correção das aposentadorias do pessoal pré-75 do ex-Banespa e o
restabelecimento das condições vigentes anteriormente aos
funcionários do ex-Real que eram participantes até 31 de maio de
2009 do ex-HolandaPrevi, hoje SantanderPrevi.

Como se não
bastasse, o banco não quer negociar regras para fazer eleições
democráticas no SantanderPrevi.

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