CUT condena assassinatos de líderes sociais e ambientalistas na Amazônia

A Central Única dos Trabalhadores do Brasil
(CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Via
Campesina, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a Assembléia Popular
(AP) e a Central dos Movimentos Populares (CMP), de forma unificada,
condenam os assassinatos e violência contra lideranças sociais e
ambientalistas na Amazônia e cobram justiça às autoridades!

Os
movimentos sociais estão em luto! Infelizmente a velha lógica, de
quem age contra os interesses das madeireiras, do agronegócio e das
mineradoras coloca a própria vida em risco, se fortaleceu nos
últimos dias. São 6 assassinatos em 15 dias.

A lamentável
sequência de assassinatos iniciou no último dia 24 de maio
vitimando ao casal de líderes extrativistas José Cláudio da Silva
e Maria do Espírito Santo, posteriormente ao agricultor Erenilton
Pereira da Silva. No dia 27 de maio, o agricultor Adelino Ramos foi
alvejado por um motoqueiro. Dia 1 de junho o lavrador Marcos Gomes da
Silva foi executado com dois tiros. No último dia 9 de junho o
lavrador Obede Loyla Souza de 31 anos foi executado com um tiro no
ouvido, no município de Tucuruí, no Pará.

Esta tragédia
revela o que os movimentos sociais denunciam há 30 anos no Brasil. O
modelo de desenvolvimento atual privilegia as madeireiras, o
agronegócio e as mineradoras, que nos últimos anos têm acelerado o
processo de desmatamento, extração de minérios e ampliação de
áreas de plantio de monoculturas como a cana-de-açúcar e a soja.

Este modelo de desenvolvimento amplia a concentração de
terras nas mãos de grupos econômicos estrangeiros, agrava os fortes
impactos ambientais na Amazônia e geram a morte direta daqueles que
ousam defender a vida e a natureza.

Portanto, além de barrar
a extração ilegal de madeira que alimenta as mineradoras, suspender
os benefícios econômicos ao agronegócio, ampliar as ações de
fiscalização do desmatamento, agilizar a demarcação de terras
indígenas, regularização das terras remanescentes de quilombos,
comunidades ribeirinhas e colocar na cadeia os mandantes e assassinos
que agem em nome do poder econômico, o ESTADO brasileiro (Governo
Federal, Estaduais e Municipais) deve adotar outro modelo de
desenvolvimento que tenha em seu eixo central a defesa da vida e da
natureza.

Não teremos PAZ neste país enquanto persistir a
violência no campo, a criminalização dos movimentos sociais e a
violência contra as mulheres. Queremos um Brasil com distribuição
de terras, com fortalecimento da agricultura familiar, garantia de
acesso a serviços de saúde, educação, moradia, mobilidade,
crédito, assistência técnica e apoio à comercialização, para os
assentamentos rurais.

Convocamos a população brasileira, o
movimento social e sindical a tomar a ruas exigindo justiça, o fim
dos assassinatos de trabalhadores e a punição dos responsáveis
pelos crimes praticados contra a vida e contra a Nação!

Escrito
por: Central Única dos Trabalhadores do Brasil (CUT), Movimentos dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/Via Campesina), Marcha Mundial
das Mulheres (MMM), Central dos Movimentos Populares (CMP),
Assembléia Popular (AP)

São Paulo, 15 de junho de 2011

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