Bancos ganham R$ 1,7 bilhão por mês com tarifa de manutenção de conta

Os bancos faturam alto com a cobrança
de tarifas de seus clientes. Considerando apenas a taxa média de
manutenção da conta corrente, as instituições recebem R$ 1,7
bilhão por mês. O valor não chega nem perto do montante que os
bancos arrecadam pelos serviços.

Além de cobrar
juros e lucrar com aplicações financeiras, faturam também com
tarifas de excedentes. Consumidores que ultrapassam o limite de
folhas de cheque, saques ou extratos mensais pagam mais de 10% do
valor do pacote básico.

O montante é fruto de cruzamento de
dados realizado pela equipe do Diário, com base em estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Censo 2010 e Banco
Central.

A dica é pesquisar as tarifas cobradas pelas
instituições. A diferença entre bancos pode atingir até 80%, no
caso de TED ou DOC presencial.

Isenção de tarifa – A
Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados
aprovou na quarta-feira, dia 15, o Projeto de Lei 6824/06, que isenta
de tarifas bancárias os aposentados com mais de 60 anos que recebam
até um salário mínimo. A proposta altera o Estatuto do Idoso
(10.741/03). O texto prevê o benefício também para clientes com
mais de 70 anos.

O vice-presidente da Ordem dos Economistas do
Brasil e professor do Insper, José Dutra Sobrinho, avaliou como
positivo o projeto. “O aposentado é uma pessoa que tem limite
de renda, dificilmente consegue ampliá-la”, destacou Dutra. O
especialista destacou que, como em outros segmentos, a medida seria
um benefício para idosos na área financeira, como ocorre no
transporte público.

A diretora do Procon de Santo André, Ana
Paula Satcheki, criticou o ponto que isenta as tarifas para maiores
de 70 anos. “Idade não é critério determinante”,
avaliou. Ela acredita que a proibição da cobrança deveria ser para
todos. “Existem muitos consumidores jovens que também não
podem gastar dinheiro com as tarifas, pois ganham pouco.”

Carnês
Ana Paula lembrou da recente conquista dos clientes bancários
contra as instituições financeiras. No fim do mês, entrou em vigor
a Lei Estadual 14.463, que proíbe a cobrança de taxa por emissão
de carnê ou boleto bancário. “O consumidor que perceber a
cobrança deve procurar o Procon”, alertou a diretora.

O
descumprimento da lei pode ocasionar multa, às empresas, de até R$
6 milhões, apesar de caber recurso na Justiça. Ana Paula calcula
que, antes da entrada em vigor da norma, um carnê com 24 prestações
custava adicional de R$ 84 ao consumidor, considerando a cobrança de
R$ 3,50 por boleto. “É um absurdo e vai contra o Código de
Defesa do Consumidor”, reprovou.

Como os clientes não
têm isenções de tarifas bancárias, ainda, a diretora do Procon
orientou a pesquisa pelos serviços mais adequados às suas
necessidades.

Pacote de tarifas – Os bancos
disponibilizam conta-corrente denominada pacote padronizado de pessoa
física, com mensalidade barata e uma cesta de serviços. Mas as
transações excedentes do limite são cobrados, como ocorre com
pacotes mais caros.

O BC informou que o Itaú Unibanco tinha
esse tipo de conta mais barato entre os seis bancos mais conhecidos,
ao custo de R$ 10,50 por mês.

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