O trabalho bancário tem deixado cada vez mais de trazer satisfação
profissional e pessoal para se tornar fonte de sofrimento para os
trabalhadores. Um dia-a-dia estressante de pressão constante, metas
absurdas, desrespeito e assédio moral tem levado muitos trabalhadores e
trabalhadoras ao adoecimento.
O Banco do Brasil não é uma exceção nesse cenário. As estratégias
adotadas pela direção do banco pouco ou nada diferem daquelas utilizadas
nas empresas privadas e levam aos mesmos resultados: o adoecimento dos
bancários.
“A cobrança de metas abusivas consequências desse modelo são as que
temos visto: assédio moral, violência organizacional, estresse e
adoecimento entre os bancários”, afirma Marcel Barros, secretário geral
da Contraf-CUT e funcionário do banco.
Pesquisa feita pelo INSS em 2009 mostra que 1,2 mil bancários são
afastados por licença-saúde a cada mês, a metade deles com casos de
LER/Dort ou doenças psíquicas. Para a Contraf-CUT, essa situação não é
fruto de ações isoladas de gestores, mas está relacionada à própria
forma de organização do trabalho. Mais do que qualquer outro fator de
insalubridade ou penosidade, a forma como se organiza o trabalho é a
principal causa de adoecimento em todas as empresas.
No Banco do Brasil, a definição das metas acontece por meio do Sinergia,
programa vinculado ao Acordo de Trabalho (ATB) das agências e cujos
resultados têm influência sobre a distribuição do Módulo Bônus da PLR. É
principalmente a partir dele que começa a pressão.
“Os absurdos chegam a ameaças de demissões, sendo que
descomissionamentos e transferências têm sido autorizados pela direção
do banco. É um abuso que não pode ocorrer em empresa alguma, mas se
torna ainda mais grave em um banco público como deveria ser o Banco do
Brasil”, afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos
Funcionários do BB, que também alerta para a necessidade de qualquer
bancário que sofra descomissionamento buscar o seu sindicato, pois o BB
assinou acordo que não permite ao banco descomissionar bancários antes
de três avaliações insatisfatórias consecutivas a partir de setembro de
2010.
A revista O Espelho ouviu a história de três bancários que ilustram esse
cotidianode pressão e assédio moral. Suas histórias são amostras de
como funciona a cadeia da opressão: a direção do banco define as metas
para os superintendentes estaduais, que repassam aos gerentes regionais,
que pressionam os gerentes gerais das agências, que descarregam nos
demais funcionários. “Essa espiral depressão é parte desse modelo de
organizaçãoe tem trazido consequênciasgraves para a saúde dos
bancários”,afirma William Mendes, secretário de Formação da
Contraf-CUT.
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