Da Região Metropolitana ao Sertão, o Sindicato visitou, na semana passada, cerca de 20 municípios. E a pior situação não está tão longe da capital. No município de Cabo de Santo Agostinho, um dos redutos de pagamento dos que trabalham no Complexo de Suape, o Sindicato flagrou uma situação estarrecedora. “Na agência do Santander, impera o caos. As instalações físicas são pequenas e a gente sequer consegue andar dentro da unidade. Eu vi funcionários rodeados por cerca de 20 pessoas. Alguns levavam as mãos à cabeça, desconsolados. E ainda havia um carro-forte fazendo abastecimento em pleno expediente”, relata a presidente do Sindicato, Jaqueline Mello.
Em outras agências do município – do BB, Caixa, Bradesco e Itaú, a situação não é tão diferente. A desorganização e as filas que se estendem pelo lado de fora são cenas que se repetem.
O mesmo grupo que foi ao Cabo – formado pela presidente Jaqueline; pela secretária da Mulher, Sandra Albuquerque; e pelos diretores Onésimo Reinaux e Luiz Henrique – visitou também as agências dos municípios de Escada e Ribeirão. No Banco do Brasil de Escada, eles chegaram a realizar uma reunião antes do expediente, com presença de nove dos 13 funcionários da agência. A principal reclamação era com relação a rotatividade. Segundo contam os trabalhadores, a maioria dos funcionários passa dois anos na cidade e pede transferência, dificultando a continuidade do trabalho. Também foram visitadas as unidades da Caixa, Bradesco e Santander e, em Ribeirão, as agências do Banco do Brasil, Santander e Bradesco – esta última inaugurada em fevereiro.
Para bem mais longe viajaram duas duplas de diretores. A primeira delas – formada pelo secretário de Cultura e Esportes Adeilton Filho e pela diretora Eleonora Costa – passou por seis cidades: Ibimirim, Floresta, Belém de São Francisco, Petrolândia, Tacaratu e Inajá. Em quase todas, encontrou problemas semelhantes: muita gente para atender, poucos funcionários para dar conta da demanda. Duas agências novas do Bradesco foram inauguradas – uma em Petrolândia e outra em Floresta. Nenhuma delas com os requisitos necessários de segurança. “Em Petrolândia, a unidade não tem porta com detector de metais, nem alarme, nem câmera”, denuncia Adeilton. Outro problema são os chamados PAAs – Postos de Atendimento, que funcionam em péssimas condições, sem nenhuma estrutura de atendimento e com um único funcionário, exposto a todos os riscos.
Mas há boas notícias, que chegam através da dupla formada pelos diretores Fábio Sales e Ronaldo Batista. Eles visitaram 11 cidades: Afrânio, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó, Lagoa Grande, Salgueiro, Serrita, Terra Nova, Verdejante, Mirandiba e São José do Belmonte. E contam que, nas agências do Banco do Brasil, a situação melhorou, com a contratação de novos trabalhadores. Em Cabrobó, também foram inauguradas agências do Bradesco e da Caixa e a reforma no Santander foi concluída, garantindo aos funcionários melhores condições de trabalho. Em compensação, no BNB de Salgueiro, em reforma, a situação é caótica. Há muita poeira, funcionários trabalhando de máscara e expostos a riscos de acidente de trabalho. “Em todos os lugares por onde passamos, fomos muito bem recebidos. A gente percebe que o pessoal tem interesse em fortalecer este elo com o Sindicato. E por isso queremos manter e ampliar este contato com o interior do estado”, diz Fábio Sales.