Uma
equipe formada por homens da Polícia Federal, Força Nacional de
Segurança, Polícia Rodoviária Federal e das Forças Armadas chega
nesta terça-feira (7) ao Norte do país para intensificar os
esforços de combate à violência no campo. A ação é denominada
Operação Proteção à Vida.
A ordem para executar a operação
foi dada pela presidente Dilma Rousseff na semana passada, depois que
quatro ambientalistas foram assassinados na região.Em
reunião no último dia 3, no Palácio do Planalto, Dilma ouviu os
governadores do Pará, Simão Jatene, do Amazonas, Aziz Elias, e de
Rondônia, Confúcio Moura.
Também estavam presentes na reunião
em Brasília os ministros Nelson Jobim (Defesa), José Eduardo Dutra
(Justiça), Maria do Rosário (Secretaria de Defesa dos Direitos
Humanos), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e
Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário).
Punições
rigorosas – Na
reunião, Jatene disse que é necessário identificar e punir de
forma rigorosa os envolvidos em assassinatos no campo. Segundo ele,
só dessa maneira será possível evitar o ambiente de impunidade que
domina a região. “Não vamos reproduzir o passado e o ponto de
partida deve ser a união de todos no enfrentamento à violência”,
afirmou ele, na reunião.
Na segunda-feira (6), o secretário de
Segurança Pública do Pará, Luiz Fernandes, disse que as áreas
mais críticas do estado são o sul e o sudeste. Em 2010, houve 13
assassinatos sem apuração em Pacajás. Ele informou ainda que as
investigações sobre o assassinato do casal de ambientalistas —
José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo — estão “em
curso”.
Políticas públicas –
Para o
secretário, as mortes refletem a “situação de intolerância
dentro do assentamento” e foram estimuladas pela ganância de
alguns madeireiros. “Falta o Estado sim, mas o Estado como um todo.
Faltam políticas públicas, não o Estado policial, mas o Estado que
educa, que cuida da saúde, que ajuda a preservar a natureza e o
homem, que dá ao colono a condição de trabalhar e criar sua
renda”, disse Fernandes.
No fim de maio, quatro ambientalistas
foram assassinados no Brasil – três no Pará e um em Rondônia.
Para a Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica, a
lista dos que estão ameaçados chega a mil pessoas, sendo que 125
correm mais riscos.