UNI Américas assina acordo marco histórico com o Banco do Brasil

A UNI Américas assinou nesta segunda-feira 30 com o Banco do Brasil, em
Brasília, o primeiro acordo marco com uma empresa do sistema financeiro
no continente americano. Também é o primeiro acordo do gênero feito por
uma multinacional brasileira. Intermediado pela Contraf-CUT, o convênio
garante aos 118.900 bancários do BB que trabalham em todos os países das
Américas direitos fundamentais previstos nas declarações da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), entre eles o de sindicalização e livre
organização sindical.

A UNI Américas é a representação regional da UNI Sindicato Global,
entidade à qual a Contraf-CUT é filiada e que reúne mais de mil
sindicatos e mais de 22 milhões de trabalhadores do setor de serviços em
160 países de todos os continentes.

“Vocês estão enviando uma mensagem muito positiva ao mundo. O Brasil
hoje é uma potência e assim é reconhecido em qualquer país. O Banco do
Brasil, com a assinatura desse acordo, sinaliza que quer se
internacionalizar respeitando seus trabalhadores e dialogando com as
entidades sindicais”, elogiou Márcio Monzane, que acaba de deixar a UNI
Américas para assumir a chefia mundial da UNI Finanças.

“Esse é um acordo realmente histórico. Como dirigente sindical e como
cidadão brasileiro, sinto orgulho de ter participado da sua negociação.
Ele vai garantir a organização sindical, o direito de negociação e de
sindicalização, melhorando a vida dos trabalhadores do Banco do Brasil
em todos os países das três Américas onde o BB atua”, comemorou Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI América Finanças.

Globalização menos injusta – “Estamos muito felizes com esse acordo extraordinário, construído com
diálogo pelo maior banco da América Latina e de um país que hoje está na
vanguarda progressista mundial. Assim vamos criando condições para
tornar a globalização menos injusta”, disse na cerimônia de assinatura a
argentina Adriana Rosenzvaig, secretária-geral da UNI Américas.

Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT, contou que as
negociações com o BB visando a assinatura do acordo marco remontam a
2005 e envolveram muitas pessoas e departamentos do banco, que no começo
tiveram dificuldade até para compreender o que é a UNI-Sindicato Global
e qual o significado desse tipo de entendimento.

“O BB é a sexta instituição financeira do mundo a assinar o acordo marco
com a UNI e a primeira nas Américas. Com mais de 110 mil trabalhadores,
o BB é também o segundo maior banco que assinou esse acordo, o que
mostra a grandiosidade do que estamos fazendo aqui hoje”, festejou
Marcel.

Exemplo – Juvândia Moreira, presidente do Sindicato de São Paulo e vice-presidente
mundial da UNI Finanças, lembrou a importância da assinatura do acordo
marco num momento em que o Brasil se prepara para se tornar um centro
financeiro global. “Esperamos que outros bancos sigam o exemplo do BB”,
propôs Juvândia.

O secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques,
relatou a pressão dos bancários na mesa da Fenaban para que os bancos
multinacionais brasileiros ou que atuam no Brasil assinem o acordo
marco. E elogiou a atitude do BB, “que está dizendo às outras
instituições que se dispõe a respeitar os princípios fundamentais do
trabalho e dos direitos humanos”.

Principal dirigente do BB a participar da assinatura do acordo, o
vice-presidente de Gestão de Pessoas, Robson Rocha, também ressaltou o
“momento histórico que estamos vivendo”. Disse que o entendimento mostra
a possibilidade de, “respeitando as divergências”, buscar pontos de
convergência para melhorar as condições dos trabalhadores.

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Eduardo
Araújo, afirmou que o acordo “representa um instrumento importante, que
nos permitirá cobrar qualquer desrespeito de direitos trabalhistas e
sindicais que aconteça no BB em outros países”.

Além da garantia de liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do
direito de negociação coletiva, no acordo marco o BB assume o
compromisso de, entre outras coisas, combater e prevenir problemas de
saúde derivados da atividade laboral, combater o assédio moral e sexual,
evitar a discriminação no emprego e promover a igualdade de
oportunidades, entre outros pontos.

O acordo vale para os bancários do recém-adquirido Banco Patagonia
(Argentina), para as agências do BB em Nova York, Miami, Buenos Aires,
Santiago e La Paz; para os escritórios de Washington, Cidade do México,
Panamá, Caracas e Lima; e para a subagência de Santa Cruz de La Sierra
(Bolívia).

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