Um recente estudo do
Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) mostrou que as
tarifas dos bancos subiram até 124% em três anos, entre 2008 e
2011. A pesquisa foi feita nos sete maiores bancos do País – Banco
do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal, HSBC
e Banrisul.
É possível driblar essa alta? Se sim, como fazer
isso?
Para os consultores financeiros, possível é. Só que é
difícil. “Uma medida interessante seria concentrar todos os
investimentos e as contas da família em uma só instituição”,
diz o consultor financeiro Luiz Calado. Essa seria, segundo ele, uma
maneira de o cliente ganhar poder de fogo. E aí, toda vez que ele
vir uma tarifa alta, deve ligar para o gerente do banco e
pressioná-lo.
Não é garantia que essa estratégia dê
certo. Mas é uma maneira de cobrar o banco tendo como base um
argumento forte: a quantidade de dinheiro que se tem em conta. Se o
argumento não funcionar, ameace de mudar de banco. Se ainda assim
nada for feito e você continuar insatisfeito, mude de banco.
O
planejador financeiro Valter Police é mais pessimista. “Infelizmente
não tem muito o que inventar”, diz ele.
Mesmo assim ele
traçou um plano de ação. “A primeira coisa a fazer é
pesquisar para saber se o seu banco cobra mais do que a concorrência.
A outra é barganhar, oferecendo coisas que o banco quer”,
afirma Police.
Como se faz isso? “Usando o cartão de
crédito do banco, colocando as contas em débito automático,
aplicando os recursos no banco. Com tudo isso, o poder de barganha do
cliente cresce e ele pode negociar as tarifas com mais força.”
Mas
atenção: isso não pode partir do banco, porque, senão, vira o que
o mercado chama de venda casada. Uma espécie de chantagem em que o
banco cede algumas coisas em troca de outras. Aliás, essa operação
é proibida por lei.
Comparação – Deu preguiça só de
pensar em ligar para os bancos para comparar as tarifas? Não sofra
antes do tempo. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) faz um
levantamento para que os clientes possam comparar as tarifas entre os
banco (veja mais no site da entitdade). Ali, além de comparar os
preços dos serviços, é possível ver quanto cada banco cobra por
pacote de tarifas, conhecer as recomendações do Banco Central e
fazer simulação de gastos que você terá em cada banco.
Segundo
o estudo do Idec, nos últimos três anos, as tarifas avulsas
subiram, em média 20%. No período analisado, a Caixa Econômica
Federal e o Banco do Brasil foram as instituições que menos
ajustaram as tarifas. O aumento atingiu apenas três serviços. Já o
Barinsul e o Bradesco aumentaram, respectivamente, em 24% e 23% os
preços das tarifas avulsas.
Teve banco, também, que reduziu
o preço das tarifas. O HSBC diminuiu 0,2%, mas o Idec faz uma
ressalva: este é o banco que tem as tarifas mais caras do mercado. E
o Santander diminuiu 5% de os preços de seus serviços.
Três
tarifas tiveram os maiores aumentos nestes três anos. A exclusão do
cadastro de cheques sem fundo teve um reajuste de 24%. A tarifa para
concessão de adiantamento subiu 28%. E a tarifa para realização de
ordem de pagamento subiu, em média, 39%.
As tarifas podem
custar centavos de real. Mas é sempre bom ficar de olho no quanto
você está pagando por elas.