UNI Finanças discute relações de trabalho nas Américas com HSBC

A UNI Finanças, braço sindical da UNI Sindicato
Global, discutiu os problemas dos bancários nas relações de
trabalho nas Américas com a direção do HSBC, durante a reunião
ocorrida na terça-feira, dia 17, na cidade do México. Estiveram
presentes dirigentes sindicais do Brasil, Argentina, Paraguai,
Colômbia, Uruguai e México.

A reunião foi organizada pelo
presidente da UNI Finanças Américas, Carlos Cordeiro, que também
preside a Contraf-CUT, em conjunto com o recém-empossado como chefe
mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane.

Monzane enfatizou
as linhas referenciais de atuação da UNI Finanças. “Os
pilares da entidade são o fortalecimento sindical, o estabelecimento
de diálogo social e a garantia da ampliação dos direitos aos
trabalhadores”, disse considerando a reunião um marco na
perspectiva de alcançar esses princípios.

Também
participaram do Brasil o funcionário do HSBC e secretário de
Organização do Ramo Financeiro, Miguel Pereira, a presidenta do
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, e o
funcionário do HSBC e secretário-geral do Sindicato dos Bancários
de Curitiba, Carlos Alberto Kanak.

O banco inglês foi
representado pelo diretor executivo de recursos humanos para as
Américas, João Rached, e o coordenador de relações sindicais para
a América Latina, Antonio Carlos Schwertner, dentre outros.

Foi
o terceiro contato com o HSBC nas Américas. Os bancários já tinham
se reunido com o banco inglês no ano passado em São Paulo, por
ocasião do lançamento da campanha pelo acordo marco global, e em
Buenos Aires, quando da realização da Reunião Conjunta das Redes
Sindicais dos Bancos Internacionais.

Brasil – Os
dirigentes sindicais apresentaram os principais problemas que afetam
os trabalhadores em cada um dos países. “Apontamos que no
Brasil há falta de funcionários nas agências, imposição de metas
de difícil cumprimento, terceirização de atividades tipicamente
bancárias, demissões imotivadas, alta rotatividade e práticas
antissindicais, como a utilização de interditos proibitórios. Além
disso, o banco possui programas de remuneração variável e bônus
para executivos, ambos praticados sem negociação com as entidades
sindicais”, destaca Miguel.

Rached respondeu que o
diálogo com o movimento sindical está aberto e considera essencial
conhecer as principais questões que afligem os trabalhadores nos
diversos países em que o banco atua. Ele disse que foi criado um
comitê mundial de relações sindicais, cujo coordenador para a
América Latina é o atual representante de relações sindicais no
Brasil, Antonio Carlos Schwertner.

O executivo para as
Américas do HSBC registrou estranheza que a terceirização seja um
tema de preocupação dos sindicatos, uma vez que o banco não a
pratica como forma de organização do trabalho e que tem se
utilizado cada vez menos desse procedimento. “Não é um tema
que nos encanta”, afirmou Rached.

Em relação às
denúncias de práticas antissindicais, Rached se comprometeu a se
informar sobre os fatos relatados, mas de antemão afirmou que não
existe nenhuma orientação para qualquer descumprimento das
legislações dos diversos países.

Colômbia – Os
dirigentes sindicais dos diversos países também apresentaram as
suas demandas. Mereceram destaque os problemas na Colômbia, onde foi
denunciada a falta de liberdade sindical, a perseguição a bancários
sindicalizados, a ausência de negociação coletiva e o não
pagamento de horas extras. Rached ficou de apurar as
denúncias.

Monzane destacou que, devido às particularidades
das relações de trabalho na Colômbia, a UNI Finanças sugeriu ao
vice-presidente colombiano e ex-sindicalista, durante audiência
ocorrida no final de abril em Bogotá, a organização de um fórum
tripartite para estabelecer condições adequadas de trabalho e
respeito aos direitos sindicais. Foi feito o convite pela UNI
Finanças ao HSBC para integrar o fórum, que foi prontamente
atendido.

Atuação do HSBC nas Américas – Carlos
Cordeiro aproveitou a oportunidade para indagar sobre a estratégia
do HSBC para o mundo e suas repercussões nas Américas, diante dos
anúncios recentes de que está em curso a revisão da atuação do
banco no varejo, com cortes nesta área.

Conforme Rached, o
banco possui como estratégia crescer fazendo negócios. “Os
mercados brasileiro, mexicano e argentino são mercados fundamentais
para os negócios da empresa, que estão em expansão”,
disse.

Avaliação – Os dirigentes sindicais avaliaram
positivamente a reunião realizada com o HSBC no México. “Estamos
materializando a estratégia de organização sindical nas Américas,
pois conseguimos pautar os problemas dos diversos países. As outras
duas reuniões foram importantes, mas essa traz expectativas para
desdobramentos mais concretos”, avalia Carlos Cordeiro.

“O
encontro representou mais um avanço para a organização sindical e,
além disso, abre a possibilidade de melhorar o canal de diálogo e
aumentar a efetividade nas negociações em cada país onde o HSBC
atua”, aponta o presidente da Contraf-CUT.

Para o chefe
mundial da UNI Finanças, as reuniões continentais contribuem no
processo de amadurecimento para construir bases visando firmar
acordos marcos globais. “A reunião ganhou ainda mais relevância
por se tratar de uma empresa com presença mundial, com sede em
Londres, cujas decisões estratégicas para as Américas são
orientadas a partir do México”, aponta Monzane.

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