Sindicato promove um dia de luta nesta sexta contra a discriminação nos bancos

O Sindicato realiza
nesta sexta-feira, dia 13, um protesto no Santander de Afogados
contra a discriminação nos bancos. O objetivo é pressionar as
instituições financeiras para garantir a igualdade de oportunidades
para os funcionários, já que, hoje, negros, mulheres e portadores
de deficiência são discriminados, com salários e funções
menores.

De acordo com o diretor do Sindicato, Geraldo Times,
o protesto é nacional e vai agitar os bancários do Brasil inteiro.
“Esta sexta é um um Dia Nacional de Luta contra a discriminação
nos bancos. Nosso objetivo é promover a inclusão, garantindo a
contratação de negros, negras e pessoas com deficiência nos
bancos”, explica Geraldo, que destaca: “também vamos lutar pelos
clientes. A maioria das agências não tem acessibilidade para os
portadores de deficiência”.

Geraldo explica que o Sindicato
dos Bancários de Pernambuco escolheu a agência do Santander de
Afogados para realizar o protesto porque lá, recentemente, foi palco
de uma discriminação. “O banco demitiu um funcionário que está
há 19 anos no banco e tem deficiência auditiva. Não há nada que
justifique a demissão deste bancários, que era um bom empregado, a
não ser a discriminação”, diz.

>> Rádio dos
Bancários: Ouça a entrevista com o bancário demitido

A
data –
Os bancários escolheram o dia 13 de maio para fazer o
protesto contra a discriminação porque a data comemora o dia da
abolição da escravatura. “Nossa intenção é discutir o
significado dessa data e suas consequências para a população
negra, que convive com uma triste herança de discriminação e
exclusão”, afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas
Sociais da Contraf-CUT.

Essa situação não é diferente no
sistema financeiro. Pesquisas feitas nos últimos anos – tanto o
Rostos dos Bancários, feito pelo movimento sindical, quanto o Mapa
da Diversidade, feito pela Febraban após intensa cobrança dos
trabalhadores – comprovam que os bancos discriminam negros, negras e
pessoas com deficiência tanto no acesso ao emprego bancário quanto
na remuneração e na ascensão profissional.

Segundo dados do
Mapa da Diversidade, as pessoas negras correspondem a 35,7% da
População Economicamente Ativa do país. No entanto, no setor
financeiro, negros e negras ocupam apenas 19% das vagas. Além disso,
os negros recebem salários menores do que os brancos dentro dos
bancos: enquanto um bancário branco recebia em média R$ 3.411 em
2009, o negro recebia um salário médio de R$ 2.870.

“Há
tempos a Contraf-CUT e o movimento sindical bancário formaram a
convicção de que é preciso incorporar à sua prática cotidiana o
combate a todas as formas de exclusão, entre elas a discriminação
e o preconceito. Vamos para as ruas levar essa luta até as pessoas e
buscar a igualdade dentro dos bancos”, afirma Carlos Cordeiro,
presidente da Contraf-CUT.

Expediente:
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