O Sindicato e a Contraf-CUT realizaram na quinta-feira, 5,
nova rodada da Mesa Temática de Saúde do Trabalhador com a Fenaban, em
São Paulo. O tema pautado pelos bancários para o debate foi a
reabilitação profissional. Os trabalhadores cobraram dos bancos a
efetivação da cláusula 41ª da Convenção Coletiva de Trabalho, que
possibilita a criação de programas nesse sentido por parte dos bancos.
Conquistada em 2009, a cláusula prevê a adesão voluntária das empresas.
No entanto, a maioria dos bancos não criou nenhum programa nesse sentido
e se recusa a discutir o tema com os trabalhadores.
A cláusula cria parâmetros para a implantação de programa de
reabilitação pelos bancos, com o intuito de reinserir trabalhadores com
sequelas por acidentes ou doenças de qualquer natureza ou remanejar o
bancário de posto de trabalho, de forma preventiva, aos primeiros sinais
identificados como sintomas de alguma patologia relacionada ao
trabalho.
A Fenaban alegou que existe uma insegurança por parte dos bancos para
implementar programas nesse sentido, por conta de dúvidas em relação à
interpretação dos bancários para a cláusula. Os representantes dos
trabalhadores debateram o tema, esclarecendo as dúvidas e reafirmaram a
necessidade de implementação de programas desse tipo. A Fenaban se
comprometeu a consultar as empresas e trazer um retorno na próxima
reunião, em data ainda a ser agendada.
“Trata-se de uma cláusula fundamental. Os trabalhadores acabam adoecendo
e se afastando por conta de condições de trabalho inadequadas, retornam
muitas vezes de forma precoce, porque o INSS suspende o benefício antes
que haja uma efetiva recuperação das condições laborais da pessoa, e
voltam a ser submetidos às mesmas condições que o adoeceram em primeiro
lugar”, denuncia Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da
Contraf-CUT.
“Precisamos discutir em que condições o trabalhador vai voltar ao banco e
que adaptações precisam ser feitas no ambiente e na organização do
trabalho para evitar o adoecimento”, completa.