Cinco séculos de patriarcalismo, gerado a partir da exploração do
trabalho escravo resultaram num país preconceituoso, racista,
oligárquico e machista, preservado num terreno de crescimento regional
desigual e de forte concentração de renda. As transformações que vêm
ocorrendo no Brasil, nos últimos anos, criaram condições para romper com
a sociedade patriarcal que herdamos, especialmente, através de
políticas de valorização do papel da mulher na sociedade.
A
CUT, ao deliberar pela disputa dos rumos do desenvolvimento, através da
Jornada pelo desenvolvimento, com distribuição de renda e valorização
do trabalho, inclui a luta contra a discriminação da mulher no mundo do
trabalho e na sociedade, buscando para isso, consolidar o
“empoderamento” das mulheres – alterar o estado de subordinação de
gênero, de reconstrução da auto- imagem e elevação da auto-estima. Para
que tenhamos uma sociedade de iguais, em que homens e mulheres possam
dividir democraticamente os espaços sociais e políticos oferecidos pelo
Brasil a seus filhos.
A capacidade de enxergar o trabalhador e
a trabalhadora na sua integridade de ser humano e de cidadão, encarar e
enfrentar outras contradições e outros conflitos que coexistem com o
velho conflito capital/trabalho, possibilitou à CUT organizar
trabalhadores e trabalhadoras de todo o País e em todos os ramos de
trabalho, público e privado, do campo e da cidade. A garantia da
representação e participação das mulheres nos espaços de poder é
imprescindível para produzir mudanças nas estruturas de poder, já que o
reconhecimento das diferenças é fundamental para a conquista da
igualdade entre homens e mulheres na democracia.
E, é por
isso que, nesse 8 de março de 2010, minha homenagem é a certeza de que
juntos, mulheres e homens, avançaremos para uma outra sociedade, a dos
nossos sonhos e aspirações mantendo sempre acesa a chama da luta por
liberdade, democracia e desenvolvimento sustentável.